Familiares e amigos de Karine Ramos estranharam a presença do policial que filmou a cerimônia
O enterro de Karine Cristina Ramos, de 20 anos, na manhã desta segunda-feira (16) foi marcado por tumulto e confusão com a presença de um policial militar infiltrado. Ele filmou a cerimônia de despedida da jovem. Amigos e familiares desconfiaram da atitude do PM que estava sem uniforme e armado.
Imagens divulgadas pela Record TV mostram o PM no cemitério com uma blusa verde e de máscara de proteção preta sendo confrontado pelas pessoas que participavam do enterro sobre o que fazia ali, já que imaginaram que poderia ser uma amigo da jovem.
O PM tenta se desvencilhar das pessoas, não consegue e cai no chão onde é agredido. Os participantes então pedem para chamar a polícia e pegam a arma do policial. O celular do PM sumiu no momento da confusão e foi encontrado em um banheiro.
O aparelho e a arma foram devolvidos ao PM que saiu do local em uma viatura e foi levado ao hospital.
A presença do policial militar à paisana no local é investigada.
Entenda o caso
Karine Cristina Ramos, 20 anos, morreu na noite do último o sábado (15) após ser baleada em uma festa na Vila Carmela. O suspeito de atirar na jovem é um cabo da Polícia Militar, de 45 anos, que foi preso em flagrante no dia do crime.
Ele foi solto no dia seguinte após a Justiça conceder liberdade provisória em audiência de custódia.
O policial militar alegou em depoimento que o disparo foi acidental e que ele estaria de folga na noite do crime. Entretanto, a família refuta essa versão. Uma das suspeitas é de que a jovem foi baleada durante roleta-russa, quando apenas uma bala é colocada no tambor do revólver, que é girado, de modo que o disparo ocorra aleatoriamente.
Em uma publicação nas redes sociais, a irmã de Karine, Isabella Ramos, afirmou que a irmã estava ao seu lado no momento em que foi baleada.
“A minha irmã foi assassinada do meu lado, essa é a verdade. Não existe disparo sem querer. Não existe ‘matei sem querer’”, escreveu.
A tia da jovem também se manifestou sobre o relato do policial militar.
“Infelizmente esse crime vai ficar impune como muitos. Essa menina era minha sobrinha e tinha apenas 20 anos. Tinha a vida inteira pela frente e foi tirada por uma estupidez, por alguém que só quis se aparecer com uma arma na mão”, comentou.