Iniciativas geraram 1,2 mil empregos na cidade
O secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Sérgio de Sá Leitão, informou que artistas guarulhenses foram contemplados com financiamento de 116 projetos culturais entre 2019 e 2021. Neste período, houve investimento de R$ 4 milhões, que garantiram 1,2 mil empregos gerados na cidade.
O impacto econômico das iniciativas foi de R$ 6,7 milhões. Este ano, a expectativa é que um número ainda maior de artistas locais seja contemplado.
Sérgio concedeu entrevista ao GRU Diário e comentou os projetos desenvolvidos por sua secretaria para descentralizar os investimentos em cultura, que historicamente ficavam concentrados na cidade de São Paulo.
Confira a entrevista
Como foi desenvolvida a política cultural no Estado em sua gestão?
Sérgio de Sá Leitão – Nós temos no âmbito do Governo do Estado de São Paulo elevado e descentralizado o investimento em cultura. Saltamos de um orçamento de R$ 790 milhões em 2019 para R$ 1,250 bilhão em 2022. É um salto bastante expressivo. Isso permitiu que nós elevássemos o aporte nos programas e ações das instituições culturais do Governo do Estado, e elevasse os programas de fomento para as prefeituras e sociedade civil. É o maior programa de fomento estadual da história com Proac Editais, Proac ICMS, Cultura Viva SP, entre outros. Isso fez com que os programas de fomento cheguem a um número maior de artistas e produtores culturais. Este ano nós vamos alcançar mais de 400 municípios beneficiados.
E essa expansão beneficiou Guarulhos?
Sérgio de Sá Leitão – Em 2019, 2020 e 2021, nós apoiamos a realização de 355 projetos culturais, com total de R$ 9 milhões alocados apenas para projetos culturais em Guarulhos e demais municípios do Alto Tietê. É um investimento que gera empregos. Nossos programas avaliados pela FGV Projetos geraram 2.698 empregos, com impacto econômico de R$ 14,8 milhões na região. O investimento de cultura gera renda, inclusão e desenvolvimento.
A cidade de São Paulo concentra a maior parte dos equipamentos estaduais de cultura. Como promover essa descentralização de investimentos?
Sérgio de Sá Leitão – Há uma centralização histórica na capital. Isso é algo que vem de 50 anos para cá. Nessa gestão, que tem viés municipalista muito forte, com ampliação do grau de acesso à população ao que o Estado faz, temos buscado fazer a descentralização. A primeira forma é a descentralização do investimento. 58,7% dos programas à cultura foram alocados em projetos do interior, litoral e região metropolitana. Temos regra, desde 2019, a ter pelo menos 50% dos recursos utilizados fora da capital paulista.
Outro ponto é que as nossas oficinas culturais sediadas na capital têm diretriz de atuação no interior. Só em Guarulhos e região, as oficinas culturais vão realizar 2.264 atividades culturais neste ano. O Museu da Imagem e Som está localizado na capital em dois locais, mas temos o programa Pontos MIS, de realização de sessões de cinema em parceria com as prefeituras.
O terceiro meio são as ações online. Por isso criamos a plataforma Cultura em Casa em 21 de abril de 2020, uma plataforma de vídeo com streaming. Temos lá mais de 5 mil conteúdos culturais variados e gratuita. Música, dança, circo, museu, palestras, cursos, oficinas. Tivemos 7,6 milhões de visualizações, com mais de 3 milhões de visualizações únicas. Tivemos acessos de todos os municípios do Estado. Temos também a Biblion, que é uma plataforma online de livros. Foi pensada como plataforma de entretenimento, com clube de leitores e estímulo ao hábito da leitura.
E quais ações, na sua opinião, devem ser desenvolvidas daqui para frente?
Sérgio de Sá Leitão – Nós precisamos continuar nessa toada de elevar os investimentos, porque geram resultados expressivos. Eu espero que o Estado continue elevando o investimento em cultura. É fundamental seguir com a política de descentralização, seja por meio das instituições culturais e meios de fomento para chegar a um número maior de municípios. Chegar a todos os 645 municípios deve ser o objetivo. A internet é um meio poderoso para promover a inclusão cultural, deve ser um investimento contínuo expandir as plataformas Cultura em Casa e Biblion. Temos o projeto de criar um Centro Cultural no Metaverso e espero que seja implementado nos próximos anos. Hoje não temos tecnologia suficiente, é muito cara, mas acredito que vai se tornar mais acessível e tornará mais viável a criação de uma instituição pública no Metaverso. O investimento em cultura vinha diminuindo ano a ano até a inversão em 2019, que vem crescendo.