Ihtsham Ahmad Moman fala sobre diálogo
O imã e vice-presidente da Comunidade Muçulmana Ahmadia no Brasil, Ihtsham Ahmad Moman, visitou a cidade de Guarulhos nesta segunda-feira (14). Ele foi à Câmara Municipal e teve conversas com vereadores sobre o conflito entre Israel e Palestina e como a cultura muçulmana não prega a violência.
Ihtsham começou a atuar em São Paulo em janeiro e já tinha feito visitas a Jundiaí e Piracicaba para demonstrar interesse no diálogo inter-religioso e nos direitos humanos. A Comunidade Muçulmana Ahmadia atua no Brasil há 40 anos.
Confira a entrevista
Com encara a disputa entre Israel e Palestina e a explicação sobre este tema no Brasil?
Ihtsham – É um assunto muito complicado, as pessoas acham que começou em 7 de outubro, mas levou as vidas de pessoas por décadas. As pessoas acham que é disputa religiosa, mas há interesses políticos. Há interesses do ocidente de dominar a região e leva as pessoas nativas a serem expulsas da região. É uma forma moderna de colonização. É importante que tenha diálogo e o reconhecimento de um ao outro. Que os dois lados tenham o direito de viver em paz e com a dignidade de ser humano. Ao palestinos estão sendo privados direitos de necessidades básicas, não têm saúde. O mundo em geral precisam abrir os olhos e reconhecer os direitos do povo palestino. Não adianta acordo temporário.
A criação de um Estado Palestino pode resolver essa disputa?
Ihtsham – Enquanto não dá o direito fundamental dos dois lados é difícil encontrar a paz. O próprio palestino precisa ser reconhecido como terra própria. Eles vivem com apartheid. A Faixa de Gaza é controlada pelo governo israelense. Enquanto não tiver um governo independente, não é possível conceder os direitos iguais.
Qual é o seu objetivo em dialogar com os políticos de Guarulhos?
Ihtsham – Nós temos uma informação filtrada no Brasil sobre os conflitos e os ensinamentos do islã. Que as pessoas possam entender paz e amor, que o islã não fala sobre violência. Quem faz atrocidade é ato individual. Eu estou na Casa Legislativa para falar que a comunidade muçulmana tem sido vítima de preconceito e violência.
Fale sobre a Comunidade Muçulmana Ahmadia no Brasil?
Ihtsham – A comunidade foi fundada em 1985. Temos a sede nacional em Petrópolis, no Rio. Estamos abrindo uma missão em São Paulo. O lema é “Amor para Todos e Ódio para Ninguém”. No Rio de Janeiro temos cerca de 50 membros. Começou em janeiro em Perdizes.
Qual é a rotina de um muçulmano?
Ihtsham – Os muçulmanos fazem cinco orações diárias para evoluir. E uma oração comunitária semanal. E passamos pelo ramadã, que é o mês do jejum, que não comemos durante o dia, para termos consciência das pessoas que sofrem e aumentarmos a nossa parte espiritual. Uma vez na vida um muçulmano, que tiver condição financeira, tem que ir para Mecca.