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Candidato ao Governo do Estado pelo PSTU detalha propostas para Guarulhos

Altino Júnior, candidato à Presidência pelo PSTU
Foto: Sérgio Koei
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Altino Júnior quer cobrar grandes devedores para investir na saúde

O candidato ao Governo de São Paulo, Altino Júnior (PSTU), defende mudanças profundas no Estado, o que inclui o fim da Polícia Militar, a estatização de vários serviços, como o Metrô, e a cobrança dos grandes devedores para investimento em ações na saúde.

Júnior apresentou suas propostas, com exclusividade, ao GRU Diário, que enviou os mesmos questionamentos a todos os candidatos. Os que foram respondidos serão publicados nos próximos dias.

Confira a entrevista com Altino Júnior

Qual é a sua principal proposta para o Estado de São Paulo?

Altino Júnior – Temos dois grandes objetivos. Um tem a ver com tirar de quem tem muito para garantir serviços básicos à população. Se somente taxássemos em 15% os bilionários que tem seus principais negócios em São Paulo, seria possível, por exemplo, dobrar o orçamento de saúde, educação e segurança pública no estado em 2022. Nós vamos governar para os trabalhadores e o povo pobre do nosso Estado e, para isso, vamos fazer o que pudermos para que os bilionários paguem as contas da crise que estamos vivendo. Inverter a lógica que existe hoje que só os pobres sofrem nas crises.

Também vamos chamar os trabalhadores e a população pobre nos bairros, que tem negada sua participação nos espaços de poder, para governar junto com a gente. A proposta de orçamento da prefeitura e as principais decisões do governo serão tomadas junto com conselhos populares nos bairros, ouvindo a população.

O Rodoanel Norte está com as obras paradas desde 2018. O senhor promete concluir a construção do trecho, que liga as cidades de Arujá, Guarulhos e São Paulo? De que forma isso será feito?

Altino Júnior – Precisamos concluir a obra do Rodoanel que já está em andamento para possibilitar a mobilidade dos caminhões e carros. Mas dentro de um plano de expansão do sistema metro-ferroviário.

Criar uma empresa pública, estatal sob controle dos trabalhadores de construção civil para não ficar à mercê das construtoras que atrasam as obras e tornam mais alto ainda mais o valor das obras, além de um controle e fiscalização das obras superfaturadas.

A Linha 13-Jade da CPTM possui apenas as estações Aeroporto e Parque Cecap em Guarulhos. Qual é a sua proposta para expandir a companhia em Guarulhos?

Altino Júnior – Temos que ampliar a rede metro-ferroviária na Grande São Paulo, incluindo Guarulhos. Vamos reestatizar o sistema de metrô e trens. É preciso parar de dar dinheiro para empresas privadas que administram o serviço em busca de lucro, atendendo mal a população.

Vamos fazer a estação do Aeroporto ter um ponto de embarque dentro do Aeroporto de Guarulhos, não vamos aceitar chantagem para que a estação fique fora do espaço do aeroporto.

Iremos estudar, junto com a comunidade e especialistas as necessidades de atendimentos a mais bairros da cidade.

Qual é o seu projeto para a chegada do Metrô em Guarulhos?

Altino Júnior – Precisamos ter um plano geral conversando com a comunidade, trabalhadores, especialistas através dos Conselhos Populares para a expansão sobre trilhos, onde chegar e quais bairros serão atendidos até porque é uma obra para a vida toda.

Propomos a construção de uma empresa estatal sob controle dos trabalhadores para construção de metrôs e ferrovias criando empregos, usando a tecnologia local e assim parar de importar trens de outros continentes e barateando a produção além de poder expandir a malha pro interior.

Quais os seus projetos para as escolas estaduais?

Altino Júnior – Vamos acabar com a terceirização do ensino e contratar professores para atender as necessidades que hoje são supridas por profissionais com contratos precarizados. Os profissionais de educação serão valorizados e vamos acabar com a falsa “nova carreira” do magistério, reforma da previdência estadual, e todas as reformas neoliberais. Também nos comprometemos em cumprir a lei do piso.

Nosso projeto para educação comtemplará a inclusão de jovens com deficiências, bem como ensino de cultura indígena e afro-brasileira. Defendemos um ensino público de qualidade, acessível a todos, com formação integral e não voltado para os interesses do mercado.

Vamos realizar um plano de obras públicas para construir casas, hospitais e escolas para atender as necessidades nos bairros.

O Núcleo Cabuçu, em Guarulhos, foi o único do Parque Estadual da Cantareira que não foi concedido à iniciativa privada. Há algum projeto para o local?

Altino Júnior – Vamos ter uma política de valorização de parques, praças e espaços para lazer no estado, incluído o Núcleo Cambuçu. Vamos cancelar a privatização de toda Cantareira e demais parques públicos. O estado irá gerir esses espaços formando conselhos da comunidade para ajudar a administra-los.

Guarulhos conta com dois hospitais estaduais (Hospital Geral de Guarulhos e Complexo Hospitalar Padre Bento). O senhor pretende instalar outro equipamento de saúde na cidade?

Altino Júnior – O povo de Guarulhos sofre com um mal que é presente em todo o território nacional, que é o fato de que, para garantir regalias para os grandes empresários, corrupção e o pagamento da falsa dívida pública, se cortam bilhões de reais do orçamento da saúde, tanto em escala nacional como estadual. Nós vamos inverter essa lógica.

Vamos parar de dar regalias para empresários, como isenções milionárias de impostos e cobrar os grandes devedores, para investir em saúde e reabrir prontos-socorros,  postos de saúde e contratar profissionais.

Tudo isso será feito pelo poder público. Vamos parar de contratar empresas privadas, que pensam em primeiro lugar no lucro, para prestar serviços que deveriam ser do Estado. Para isso realizaremos concursos públicos para contratação de profissionais, com política para incorporar aqueles profissionais que já estão a anos prestando serviço terceirizado para o SUS.

De que forma é possível fomentar o crescimento da economia paulista e a geração de empregos?

Altino Júnior – Para gerar emprego a primeira coisa que se precisa fazer é reduzir a jornada de trabalho. Existem estudos que comprovam que a redução da jornada de trabalho semanal para 36 horas incorporariam mais de 10 milhões de novos trabalhadores imediatamente no país.

Vamos realizar um plano de obras públicas para construir casas, escolas, infraestrutura e, ao mesmo tempo, gerar empregos. Essas obras serão realizadas por uma empresa pública de construção.

Também defendemos uma reforma agrária radical no campo, para produzir alimento e dar terra para quem trabalha com agricultura familiar.

Várias fábricas e grandes empresas estão fechando e demitindo trabalhadores em São Paulo. Várias montadoras fizeram isso recentemente. Agora a Mercedes está ameaçando demitir 3,6 mil trabalhadores. Apoiamos a luta dos trabalhadores e defendemos que as empresas que realizarem demissões em massa ou ameaçarem fechar devem ser estatizadas sob o controle dos trabalhadores.

Guarulhos possui apenas 5% do esgoto tratado, apesar de possuir três estações de tratamento do esgoto. Qual é a expectativa de universalizar o tratamento de esgoto na cidade até 2026?

Altino Júnior – O Estado de São Paulo, apesar de ser o mais rico do país, ainda não tem cobertura completa de saneamento básico e nem de fornecimento de água. 10% da população do Estado ainda não tem cobertura de esgoto, o mesmo percentual se aplica à cidade de Guarulhos.  Mas esses números são desiguais, com várias regiões em situação crítica.

Vamos reverter a privatização velada que é realizada hoje na Sabesp, através de parcerias com o setor privado e de terceirizações. Vamos fortalecer a empresa com controle do estado e da população organizada em conselhos para reverter o atraso na cobertura de água e esgotamento sanitário.

O saneamento básico será uma das prioridades do governo, até para evitar vários problemas de saúde na população.

Apesar da queda dos índices criminais, os guarulhenses registram mais de 17 mil roubos/furtos por ano. Como melhorar esses indicadores?

Altino Júnior – A violência é um problema que tem sua origem nas profundas desigualdades sociais que assolam os trabalhadores, o povo pobre e a juventude do nosso país e do nosso estado.

Defendo a desmilitarização da polícia e a criação de uma polícia civil única com direito de organização, sindicalização e com relação direta com as comunidades. Por essas pautas lutaremos nacionalmente. Também defendo que, para ter uma política efetiva de combate ao crime organizado, é necessário descriminalizar as drogas e trata-las como um problema de saúde pública, com sua produção, distribuição e consumo controlados pelo Estado.

A polícia do estado vai receber um forte investimento em inteligência, trabalhando em parceria com a as Guardas Municipais, e nossa ação será focada em desarticular os grandes esquemas do crime organizado, ao contrário do que é feito hoje, que se prende os pequenos embaixo enquanto os que ganham dinheiro de verdade com o crime seguem livres.

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