PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Brasil precisa parar ou o coronavírus para o país

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Compartilhe
PUBLICIDADE

É comum conversar com pessoas que acreditam ser exageradas as posições do Ministério da Saúde e do Governo do Estado de São Paulo para evitar o contágio pelo coronavírus. A doença, apesar de já ter chegado ao Brasil, tem incidência menor do que outras em nosso território. Por outro lado, o potencial de proliferação do covid-19 é assustador e há um temor, nas autoridades brasileiras, que o sistema de saúde entre em colapso em pouco tempo.

Em dois meses e meio de sua descoberta, o novo coronavírus matou quase 6 mil pessoas em todo o mundo, com mais de 150 mil infecções confirmadas. O covid-19 não tem cura, nem tratamento, e afeta principalmente idosos e pessoas com doenças pré-existentes, como diabetes e problemas coronários. O vírus pode se manifestar depois de 14 dias sem sintomas, o que facilita a proliferação.

Em países como China e Itália, o coronavírus trouxe grande estrago aos equipamentos de saúde, que não conseguiram suportar a demanda. Excesso de cadáveres pioraram ainda mais a situação. Pessoas esperaram autoridades recolherem os corpos de pessoas infectadas – e que morreram – por mais de 24 horas em suas residências.

Tive a felicidade de visitar a Itália duas vezes: 2005 e 2009. Conheci várias cidades, como Roma, Orvieto, Guidizzolo, Pisa, Brescia e Assis. A Itália tem 60 milhões de habitantes, o equivalente aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Imagino o que aconteceria no Brasil se o coronavírus se alastrasse aqui da mesma forma que foi na Itália, tendo o nosso sistema de saúde que é muito inferior ao italiano. As autoridades brasileiras estão cientes disso e temem o pior. Por isso, as medidas de contenção.

O Governo de São Paulo quer 1,4 mil novos leitos de UTI no Estado por conta do coronavírus. O custo será bancado pelo Ministério da Saúde. Pela estimativa do Comitê Estadual de Contingência ao Coronavírus, o covid-19 pode infectar 460 mil paulistas nos próximos meses.

Suspender eventos com até 500 pessoas e aulas, além de opções de entretenimento, forçam as pessoas a ficarem em casa, terem menos contato e, consequentemente, evitar o contágio do coronavírus. Com um menor crescimento de casos, o sistema de saúde pública terá condições de atender os pacientes infectados. Sem essas medidas, poderíamos vivenciar uma situação de calamidade pior do que a da China e Itália.

Ainda assim, é preciso a colaboração de todos. Foi ridículo ver 13 mil pessoas em um estádio de futebol para assistir Inter de Limeira e Palmeiras, no último sábado, em Limeira. Pior ainda os protestos pelo Brasil em prol do presidente Jair Bolsonaro, com participação do próprio, desrespeitando as recomendações do próprio Ministério da Saúde, já que ele viajou recentemente para os Estados Unidos e teve contato com várias pessoas confirmadas com coronavírus. Ficar em casa, por ora, é a melhor saída para superar essa crise.

PUBLICIDADE

TÓPICOS
Compartilhe
VEJA TAMBÉM