Depois de sete eleições em lados opostos, ex-presidentes sinalizam aliança contra governo Bolsonaro
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se reuniram para um almoço no apartamento do ex-ministro do STF e da Justiça e da Defesa, Nelson Jobim, e sinalizam uma aliança contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
A colunista do jornal Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, informou que o encontro ocorreu na semana passada, no dia 12, depois de sete eleições presidenciais em lados opostos.
Lula publicou nas redes sociais, nesta sexta-feira (21), uma foto do encontro em que cumprimenta FHC, ambos com máscara de proteção.
“A convite do ex-ministro Nelson Jobim, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se reuniram para um almoço com muita democracia no cardápio”, diz a publicação.
A postagem ainda afirma que os dois tiveram um longa conversa “sobre o Brasil, sobre nossa democracia, e o descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da pandemia”.
Após o encontro, FHC disse, em entrevista à TV Globo, que votará em Lula em 2022 se o petista for para o segundo turno com Jair Bolsonaro. Lula comentou a fala de FHC em seu perfil oficial no Twitter.
“Eu gostei da entrevista do FHC. Sempre tivemos uma disputa civilizada. Ele me conhece bem, conhece o Bolsonaro. Fico feliz que ele tenha dito que votaria em mim e eu faria o mesmo se fosse o contrário. Ele sempre foi um intelectual e sabe que não dá pra inventar uma candidatura”, escreveu.
FHC também usou as redes sociais para esclarecer que o PSDB não apoiará Lula incondicionalmente, uma vez que o partido deverá ter um candidato para concorrer em 2022.
“Reafirmo, para evitar más interpretações: PSDB deve lançar candidato e o apoiarei; se não o levarmos ao segundo turno, neste caso não apoiarei o atual mandante, mas quem a ele se oponha, mesmo o Lula”, disse.
O ex-presidente Lula afirmou pela 1ª vez, em entrevista à revista francesa Paris Match, que pretende ser candidato à Presidência da República em 2022 contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido).
“Se estiver na liderança das pesquisas para ganhar as eleições presidenciais e gozando de boa saúde, sim, não hesitarei”, disse Lula ao ser questionado sobre a corrida presidencial.
Uma primeira pesquisa Datafolha, divulgada no dia 12 de maio, aponta que o petista venceria o atual presidente por 55% a 32% em um eventual segundo turno.