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Funcionários do Carrefour em Guarulhos reforçam treinamento e temem violência

carrefour Guarulhos
Foto: reprodução/Google Maps
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“Lamentamos o ocorrido sim, mas assim como a vítima também temos família, somos filhos e muitos também são pais e prezamos por nós mesmos e por nossos colegas”, disse um colaborador

Funcionários que trabalham em lojas do Grupo Carrefour em Guarulhos relataram que passaram por um reforço no treinamento de atendimento ao cliente, mas alguns afirmam temer que ocorra algum tipo de violência contra eles por conta da morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado por dois seguranças da rede até a morte em uma unidade de Porto Alegre, no dia 19 de novembro.

Por questões de segurança e para evitar retaliações, o nome dos funcionários entrevistados não serão divulgados.

De acordo com um dos funcionários, há sim um temor de que alguma manifestação termine como a que ocorreu no Jardim Pamplona Shopping, no dia 20, com depredações e até mesmo um foco de incêndio.

Em Guarulhos houve um protesto no sábado (20), quando um grupo se dirigiu até o Carrefour da Avenida Paulo Faccini com bandeiras antirracismo. O mercado chegou a ficar fechado por 40 minutos, mas a manifestação foi pacífica.

“Lamentamos o ocorrido sim, mas assim como a vítima também temos família, somos filhos e muitos também são pais e prezamos por nós mesmos e por nossos colegas”, disse uma funcionária.

De acordo com esta trabalhadora, a primeira atitude da gestão geral da unidade em que trabalha foi orientar todo mundo pessoalmente ou até mesmo por meio de grupos. No dia seguinte ao ocorrido, todos os funcionários foram treinados pelos gerentes gerais e também pela direção e presidência do grupo.

Outra funcionária também confirmou o reforço no treinamento dos colaboradores. “A empresa reforçou novamente o treinamento de praticar o respeito ao próximo e diversidade, prezando pelo bom atendimento e excelência, lembrando que esses treinamentos são feitos mensalmente e disponíveis para todos os colaboradores”, disse.

Esta funcionária esclarece não temer uma depredação dos estabelecimentos do Carrefour em Guarulhos. “Para mim o clima é mais de precaver e garantir o bem-estar dos funcionários”, explicou.

Outra funcionária da rede em Guarulhos relatou que alguns funcionários não pensam sequer em sair com a blusa da rede no caminho para o trabalho ou mesmo na volta para a casa “para evitar conversa desnecessária”.

De acordo com a funcionária, desde que começou a pandemia do coronavírus o atendimento ficou mais complicado. “O cliente já chega estressado. Agora dá medo de falar qualquer coisa e começar algo desnecessário”, afirmou.

O caso de Beto, como era conhecido o homem negro morto por dois seguranças brancos, gerou uma onda de protestos em todo o País. No momento, a delegada do caso disse que não há indicação de que o crime tenha tido motivação racista.

O CEO do Carrefour, Noel Prioux, se pronunciou em comunicado exibido em TV aberta e publicado na pagina oficial da empresa no sábado (21). Ele lamentou a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, e pediu desculpas se comprometendo em ajudar a combater o racismo estrutural.

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