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“Deu ruim?”, pergunta mãe em conversa com babá e sugere levar Henry ao shopping após agressões

Foto: Reprodução/Instagram
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Delegado diz que Monique tinha o dever de proteger o filho e que não há indícios que ela foi ameaçada por Jairinho

A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou mensagens trocadas entre a mãe de Henry Borel, Monique Medeiros da Costa, e a babá do menino, Thayná de Oliveira Ferreira, que foram apagadas do celular. 

A equipe que investiga a morte de Henry, de 4 anos, afirmou em coletiva de imprensa, na tarde desta quinta-feira (8), que a babá mentiu em seu depoimento e por isso será investigada por falso testemunho. 

“Essa babá está sendo investigada pelo crime de falso testemunho. Como testemunha, ela tem o dever legal de falar a verdade. Temos provas que ela mentiu”,  disse o delegado do Departamento Geral de Polícia do Rio, Antenor Lopes Júnior.

A polícia aguarda novos laudos para concluir a investigação e apreendeu o celular da babá nesta quinta (8). O aparelho pode conter novas mensagens que vão ajudar a investigação em andamento. 

De acordo com a polícia, a conversa que narra as agressões ao menino aconteceu em 12 de fevereiro e foi excluída do celular da mãe de Henry. As mensagens foram recuperadas através do software israelense Cellebrite Premium. Com a mesma ferramenta também foi possível resgatar conversas do celular do vereador Dr. Jairinho, padrasto de Henry e principal suspeito de agredir, torturar e assassinar o menino. 

Segundo o delegado Henrique Damasceno, o vereador ameaçava Henry para que ele não contasse sobre as agressões. “Ele [Jairinho] fazia ameaças: ‘se contar vou te pegar’, ‘você atrapalha a vida da sua mãe’”, contou. 

Babá relata agressões em prints recuperados 

Prints de mensagens divulgados pelo portal G1 mostram uma conversa entre Thayná e Monique após Henry ser agredido no quarto pelo padrasto. 

O vereador chegou no apartamento em um horário em que não costumava estar. Ele chamou Henry até o quarto dizendo que mostraria algo que comprou, aumentou o som da TV e começou a agredir o menino. 

Os diálogos mostram a babá narrando os acontecimentos depois que Henry foi trancado. “De início gritou tia”, disse a babá. “Vai lá mesmo assim”, pediu a mãe. 

A babá se mostra resistente para entrar no quarto. Após o vereador abrir a porta, a conversa é retomada. “E aí? Ai meu pai amado. Deu ruim? Sabia. Pergunta tudo. Pergunta o que o tio falou”, disse Monique. 

Thayná envia uma foto de Henry no colo dela. “Então, agora não quer ficar na sala sozinho”. A mãe sugere: “Pergunta se ele quer vir no shopping”, disse. 

Segundo a babá, Jairinho teria dado uma rasteira e chutado Henry, e que o menino estaria mancando e com dor na cabeça. “Tia, não lava não. Tá doendo”, disse o menino. 

Veja print com parte da conversa 

“Deu ruim?”, pergunta mãe em conversa com babá e sugere levar Henry ao shopping após agressões
Foto: Reprodução

Mãe sabia das agressões

A equipe de investigação afirma que não há provas de que Monique estaria sendo ameaçada por Jairinho, que conheceu em setembro do ano passado e com quem vive há mais de três meses, para não contar sobre o que ocorreu na noite da morte do filho. A mãe de Henry Borel é investigada por homicídio qualificado assim como o vereador. 

“Ela tinha o dever de proteger o seu filho. A babá avisou sobre as agressões. Não temos até o presente momento nenhum indício de que ela estaria sendo ameaçada. Pelo contrário, parece que estão fechados nas suas versões e ela estaria protegendo as versões que não se sustentaram no decorrer das investigações”, afirmou o delegado Antenor Lopes Júnior. 

De acordo com a equipe de investigação, Monique teve a oportunidade de falar caso estive sendo coagida pelo companheiro e que se houvesse indícios de que ela não soubesse das agressões “jamais pediriam a prisão” de Monique. 

“Ela está apoiando o doutor Jairinho, ajudando e colaborando com as mentiras dele, infelizmente, ressaltou o delegado. 

Casal ameaça testemunhas 

Exatamente um mês após o crime, o vereador Dr. Jairinho e a mãe Monique Medeiros da Costa foram presos preventivamente na manhã desta quinta-feira (8) pela morte de Henry Borel e por atrapalhar as investigações, inclusive ameaçando testemunhas. 

O casal responderá por homicídio duplamente qualificado por tortura e emprego de recursos que impossibilitou a defesa da vítima. Eles podem pegar até 30 anos de prisão.

No momento da prisão, a policia afirma que Jairinho jogou dois celulares pela janela, mas os aparelhos foram recuperados pela polícia e serão periciados. 

Policiais afirmaram que o vereador teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra Henry em 12 fevereiro, um mês antes da morte do menino, como mostram os prints recuperados. O vereador agredia o menino com chutes, rasteiras e golpes na cabeça.

O comportamento dela após o crime chamou atenção da polícia. Ela teria trocado de roupa pelo menos duas vezes no dia em que o filho morreu e teria ido ao cabeleireiro após o enterro.

A versão dos suspeitos é de que Henry foi encontrado durante a madrugada no chão após cair da cama do casal, hipótese que foi descartada pela polícia. O menino foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos causados pelas agressões. Laudo do IML (Instituto Médico Legal) afirma que a causa da morte foi hemorragia interna e laceração no fígado causada por uma ação contundente.

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