Band, CNN, Globo e SBT realizaram diferentes medidas de contenção de gastos

Hoje inicio a minha coluna comentando os cortes na CNN, Band e outras emissoras que evidenciam problemas da realidade dos canais no momento. Enquanto isso, Globo, SBT e Record cortam custos para otimizar suas operações.
Nos últimos dias a CNN e a Band realizaram demissões em suas equipes e intensificaram os esforços de cortes de custos em suas produções. Ironicamente, as duas empresas estão entre as que mais investem em conteúdo audiovisual de qualidade nos últimos meses.
A CNN, desde sua estreia há dois anos, recrutou a peso de ouro estrelas de canais concorrentes, particularmente da Globo. A Band investiu milhões para trazer Faustão e sua produção, abrindo mão da programação religiosa de R.R. Soares no horário nobre, deixando de faturar do religioso cerca de R$ 8 milhões por mês (valor que recebia pelo aluguel do horário de segunda a sexta).
Como a conta não fechava, e as expectativas não se concretizaram, a CNN e a Band se viram forçadas a mudar de estratégia e cortar custos. O movimento de investimento em boa medida foi na contramão dos concorrentes. A Globo, por exemplo, sofreu duras críticas por demitir boa parte de suas estrelas desde 2021. Hoje, só recebe salários na emissora quem está no ar.
A emissora carioca também promoveu uma intensa venda de propriedades que incluiu a Som Livre, parte de sua sede e antenas de transmissão. A Globo também foi criticada por abrir mão da Copa Libertadores e Campeonatos regionais de futebol, além da Fórmula 1.
Já o SBT e a Record também promoveram cortes e reduziram os grandes salários. Na Record, saíram Marcos Mion, Xuxa e Sabrina Sato, entre outras. No SBT, até executivos próximos a Silvio Santos deixaram a empresa.
Hoje, a medida que o cenário econômico piora e aumentam as chances de uma recessão global nos próximos meses, as empresas que conseguiram reforçar o caixa e aproveitar a melhora da receita neste primeiro semestre parecem ter acertado. Já quem não conseguiu reforçar seu caixa, se vê obrigado a fazer cortes ou buscar novas fontes de receita.
A Band, por exemplo, irá voltar a apresentar a programação religiosa de R.R. Soares. Por enquanto o programa religioso será transmitido só na faixa da manhã, mas se a conta apertar, há boas chances do Faustão ir ao ar somente aos domingos e o pastor voltar para o horário nobre.
Porém, há de se analisar que no caso da CNN houve uma recente mudança na direção do canal. A coluna teve informação, por meio do Ricardo Feltrim, que na avaliação da emissora a estrutura antiga era grande demais e fora da realidade do mercado de TV a cabo. Em razão disso, os cortes já estavam previstos. São ajustes naturais.
Tanto é verdade que já há uma previsão de que o segundo semestre seja pior para as TVs que terão a obrigação de exibir o horário eleitoral gratuito. Com isso, haverá uma fuga para as plataformas digitais. Entre elas: Streaming, Redes Sociais e Games, nos quais as possibilidades de conteúdo livre são diversas.
Mas o detalhe principal será o fator Copa do Mundo, que apresenta outros fatores de riscos. O evento acontecerá em um país pouco familiar aos brasileiros, o Catar, em um período de mais receita publicitária. Se o calendário usual da Copa do Mundo fosse mantido, teria sido em julho, onde não existem grandes eventos comerciais.
Como desta vez será realizada em novembro, por questões climáticas, baterá de frente com a Black Friday e também poderá esvaziar as campanhas de natal. Na dúvida, melhor guardar o dinheiro da publicidade e reforçar o caixa à espera de dias melhores.
Frase Final: Não reclame do que te falta. Agradeça pelo que você já tem.