Canal reduziu contratos com funcionários e fornecedores e tenta equilibrar as contas
Hoje inicio a minha coluna comentando os planos de expansão da Rede CNN de Televisão. Se tudo correr como planejado a emissora será um conglomerado de mídia e multiplataforma, com TV aberta, rádio e forte presença digital.
Em março de 2023, a CNN irá comemorar 3 anos de estreia no Brasil. Mas por enquanto o canal de notícias não tem muito a celebrar, conforme escreveu o colunista Guilherme Ravache em sua coluna no canal Splash, do UOL. Neste período, a maior marca de jornalismo do mundo já viu sua direção mudar três vezes no país e nos últimos meses uma série de demissões foi realizada no Brasil.
A CNN Brasileira é uma licença da marca americana, e por aqui pertence a Rubens Menin. Com patrimônio estimado em 25 bilhões, a família Menin ainda controla os negócios como o banco Inter e a Construtora MRV. Em 2021, Menin também comprou a Rádio Itatiaia, Minas Gerais.
O novo escolhido pelo empresário para presidir o canal é João Camargo, executivo com experiência no setor de mídia e trânsito entre CEOS, políticos e membros do judiciário.
Em entrevista exclusiva à coluna Splash, Camargo, que também se tornou sócio do canal, afirma que o plano da CNN é crescer. Mas para que isso aconteça, será preciso colocar ordem na casa e dar fim aos prejuízos.
“As demissões são difíceis, principalmente porque tivemos que cortar pessoas talentosas, gente brilhante que ajudou a construir a CNN”, disse Camargo durante a entrevista.
O executivo argumenta também que não tinha como postergar os cortes. “Quanto mais demorasse, pior ficaria a saúde do negócio”, afirmou.
Dentro dos planos da CNN Brasil um dos principais é cortar custos, com demissão e revisão de contratos. A empresa já cortou um terço dos seus custos em pouco mais de um mês.
Segundo o novo presidente, mais de 120 funcionários foram demitidos. Camargo até admite cortes no jornalismo, mas o objetivo era reduzir o custo administrativo. Os contratos foram reduzidos em 30% ou mais, incluindo o aluguel da sede do canal na Avenida Paulista, na região Central de São Paulo.
Para a nova diretoria, tornar a gestão mais ágil, com menos chefes e que a gestão atual estava muito inchada, com muitos vice-presidentes e diretores, o que atrasa a tomada de decisões.
Reinvestir lucros, ampliar o digital e expandir para a TV aberta e Rádio. Isso tudo se a CNN parar de dar prejuízo. Porém a ideia é que em 2023 a CNN seja uma TV aberta.
A CNN operava com 42% de custo administrativo. Segundo a direção, não faz sentido o core (principal ponto do negócio) ter somente 58% do investimento.
Em uma construtora, a relação é de 6% em administrativo e 94% no core. A CNN Brasil tinha sete vice-presidentes e 34 diretores. Uma estrutura da Rede Globo, muito grande para o tamanho da CNN Brasil no momento.
Frase Final: A derrota serve para avaliar nossos erros.