Fechamento de empresas também é um dos temores dos metalúrgicos.
O agravamento da crise econômica pode causar demissões em massa nas indústrias de Guarulhos a partir da próxima semana. Essa é a avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Josinaldo José de Barros, conhecido como Cabeça. Ele afirma que muitas empresas deixarão de ser beneficiadas pela Medida Provisória que garantiu a suspensão dos contratos de trabalho.
“Depois do dia 1º de julho pode ser uma avalanche (de demissões)”, afirmou Cabeça. Ele afirmou que a situação é mais crítica no setor de autopeças, já que a compra de carros novos teve forte retração desde março, no início da quarentena pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo o sindicalista, várias indústrisa fizeram acordos de 60 e 90 dias, mas estão sem produção para o retorno ao trabalho. Ontem, em Arujá (área que abrange a atuação do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos), a tradicional Mahle demitiu 200 funcionários, após deixar 550 afastados por dois meses.
Outra preocupação do sindicato é o possível fechamento de indústrias. Na opinião dele, o desafio será buscar acordos coletivos que possam garantir a manutenção dos postos de trabalho através da redução de jornada. “É melhor pingar do que sentar. Qualquer acordo que mantém emprego é melhor do que ver a empresa fechar”, disse.
Para o diretor titular do Ciesp Guarulhos, Maurício Colin, as demissões podem não ser em massa, mas serão inevitáveis se não houver retomada da atividade econômica ou liberação de crédito. “Há risco de fechamento em Guarulhos e no Brasil inteiro. O acesso ao crédito é o item mais difícil para as empresas, mas é o que pode garantir a manutenção dos empregos”, disse.