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Servidores da Saúde contam drama de ir às UBSs e não ter o que fazer

Foto: Freepik
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Funcionários do grupo de risco não podem fazer home office e apenas “cumprem horário”

Servidores crônicos da Secretaria da Saúde de Guarulhos, que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBS), têm ficado em pânico. Muitos vão trabalhar apenas para cumprir horário, já que não há atendimentos a serem feitos pela prioridade dos casos da covid-19. O problema atinge, principalmente, profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde, que faziam trabalho externo.

Com a pandemia, as visitas nas casas deixaram de serem feitas pelas equipes. Os profissionais ligam, semanalmente, para pacientes, mas muitos nem utilizam as estruturas das UBS, que não têm linhas telefônicas para todos. A maior parte do tempo, eles precisam ficar nas unidades esperando cumprir o horário. Para os que possuem doenças crônicas, o medo é constante de contrair o novo coronavírus.

O prefeito Guti (PSD) cancelou as férias e licenças-prêmios dos funcionários da Saúde, para fortalecer o combate à covid-19. No último mês, duas liminares foram obtidas para permitir que os servidores crônicos pudessem ficar em casa, mas foram derrubadas pela Justiça, após parecer da gestão municipal.

Depoimento

O GRU Diário conversou com duas funcionárias, que contaram as dificuldades que têm atravessado neste período.

Uma educadora física que atua em três UBSs conversou com a reportagem. Ela possui doenças crônicas e revela que tem sofrido por ter que ir aos locais pessoalmente, sendo que não há trabalho na maior parte do tempo. “Para telefonar, poderia fazer da minha casa. Não recebemos EPIs (equipamentos de proteção individual). Não tem salas para nós, então ficamos vagando nas unidades”, disse.

A servidora disse que seus colegas estão apavorados. As UBS recebem pacientes de covid-19, o que deixa os crônicos preocupados. “Chegamos a assinar um termo que faríamos home office e usaríamos nossos telefones e internet. Depois, a Prefeitura desistiu da medida”, revelou.

O problema atinge também assistentes sociais, fisioterapeutas, psicologos, nutricionistas, fonoaudiologos e terapeutas ocupacionais.

Para a servidora, o momento é de tensão diária. “Me sinto impotente. Meu emocional está péssimo (começou a chorar). Se esse vírus me pegar, me derruba. Sou do grupo de risco. Tenho medo desse pânico estourar em outras doenças, como articulações e cefaleia”, contou.

A reportagem também conversou com uma fisioterapeuta, do grupo de risco, que atua em postos de saúde da cidade. Além do medo de ficar nas unidades de saúde, ela revela temor de se infectar e transmitir para a filha. “Sair da sua casa para correr risco e ficar ocioso é complicado. Poderiam nos colocar em outra função, mas não da forma como está”, comentou.

A fisioterapeuta disse que tem contato com alguns pacientes, mas algo que poderia ser feito de sua casa. “Poderia deixar a gente de férias ou licença. Se é o caso do pessoa da linha de frente, como hospitais, daria para entender, mas não é a nossa situação”, disse.

Outro lado

A Secretaria de Saúde informou que os trabalhadores da Saúde estão excepcionados do decreto municipal que afasta pacientes crônicos, a fim de garantir o atendimento da população. “Informa também que, neste momento de pandemia, todos os profissionais das UBS devem avaliar os prontuários e atender os casos graves, além de apoiar no acolhimento dos pacientes que procuram as unidades.”

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