Reportagem do GRU Diário ouviu seis pré-candidatos sobre o tema
Na última sexta-feira, 3, o prefeito Guti (PSD) teve de retroceder no plano de reabertura econômica após uma decisão da Justiça que determinou que Guarulhos seguisse o Plano São Paulo do Governo do Estado.
Bares, restaurantes e academias não puderam reabrir e igrejas e salões de cabeleireiros voltaram a fechar. Horários de atendimento também foram reduzidos.
O prefeito disse que vai recorrer da decisão e que Guarulhos tem um controle da contaminação pelo novo coronavírus melhor do que a Capital, que avançou no plano de flexibilização. De acordo com Guti, a decisão do governador João Doria é “incoerente”, já que separa a cidade de São Paulo dos demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo. Na opinião dele, há maior risco de contaminação dos guarulhenses que forem à capital paulista.
Diante do impasse entre Estado e Prefeitura, o GRU Diário decidiu ouvir outros seis pré-candidatos – além de Guti – à Prefeitura de Guarulhos sobre como eles acompanham esta situação e o que eles acham que poderia ser feito. Veja abaixo o posicionamento de cada um.

“Lamento os embates e desencontros que tem havido entre presidente da República e governadores, entre prefeitos e governadores. Tem tido muita política (com p minúsculo) e nenhum diálogo. E daí entra o Ministério Público e o Judiciário. Tudo resulta em enorme prejuízo para a saúde e a economia da população. Aliás em Guarulhos é uma live atrás da outra e o que é dito um dia é desdito no outro. Enquanto isso a doença vai se expandindo. E a população vai tomando suas decisões em face do verdadeiro desgoverno que se instalou. Os que estão investidos de poder político e administrativo precisam dialogar muito com os diversos setores representativos da população na atividade da saúde e da economia. E os que são investidos de poder têm que se entender entre si. Nesta crise está faltando a qualidade dos estadistas, pessoas que consigam conduzir bem cidade, estado e país nas horas mais difíceis”
Elói Pietá, pré-candidato a prefeito pelo PT

“Acredito que, infelizmente, a reabertura ou não do comércio tornou-se mais uma batalha política e judicial, na qual os governantes estão colocando em primeiro lugar seus interesses em detrimento aos da população! Não tenho os dados técnicos que embasaram a decisão do Governo do Estado, mas também entendo o prefeito Guti ao falar que o que separa Guarulhos de São Paulo são alguns poucos metros quadrados de uma mesma rua. Sou pautado sempre pela ciência e ela aponta que toda reabertura nesse momento é precipitada”,
Eduardo Barreto, pré-candidato a prefeito pelo PROS

“As restrições estabelecidas pelo Governo do Estado são técnicas e baseadas em resultados numéricos no combate à Covid-19. Se Guarulhos ainda permanece com elevados índices de contaminação e internações, é sinal de que a gestão municipal falhou em fazer sua lição de casa. Deveria ter garantido maior eficiência nas ações de saúde e prevenção para a população. Estamos ao lado do comércio, que sofre com a falta de gestão no município”,
Fran Corrêa, pré-candidata a prefeita pelo PSDB.

“Na minha visão existem dois grandes erros: do Governo do Estado e do governo municipal, uma vez que o Governo do Estado não deveria fazer esta intervenção indevida sobre Guarulhos e o governo municipal deveria ter recorrido de imediato da decisão tomada pelo governador do Estado de São Paulo, uma vez também que o STF já se manifestou que nestas matérias a decisão é do município. Com razão, com razão só tem um: Bolsonaro”
Rodrigo Tavares, pré-candidato a prefeito pelo PRTB

“Eu não só acredito que Guarulhos está pronta para uma reabertura consciente e com todos os cuidados que a situação exige, ou seja, distanciamento, higienização, assepsia constante, uso de máscara e álcool gel nos centros comerciais e transportes públicos, evitando aglomerações, como entendo que nunca foi preciso fechar completamente. Graças a essas medidas equivocadas e irresponsáveis do governador João Dória e do prefeito Guti mais de 12 mil empresas e comércios fecharam suas portas de forma definitiva, gerando um volume de desemprego e acabando com a renda de milhares de guarulhenses, situação que só não está pior graças à intervenção do presidente Jair Bolsonaro, que tomou medidas concretas para ajudar a população com o auxílio emergencial, socorro que está evitando que os guarulhenses sofram ainda mais. O que causa estranheza nessa briga judicial é que só agora, chegando mais perto das eleições, que o prefeito Guti está tentando se desvincular das ações de fechamento dos comércios, mas até alguns dias atrás ele estava muito bem alinhado com o governador João Dória. É preciso que os guarulhenses fiquem atentos a estas medidas políticas que estão sendo tomadas, pois sabemos que tudo que está sendo feito por governadores e prefeitos não é para ajudar a população, mas sim desacreditar o presidente Bolsonaro e suas ações”,
Adriana Afonso, pré-candidata a prefeita pelo PL.

“É uma questão de priorizar vidas acima do lucro. Nós temos visto dentro desta situação pandêmica, nos locais onde foram feitas a reabertura, há uma grande dificuldade de as pessoas respeitarem o distanciamento necessário, as medidas necessárias, então é um ato de irresponsabilidade. O que está acontecendo é naturalizar as mortes em massa que estão ocorrendo principalmente na periferia. Em Guarulhos, nós temos quase 10 mil casos confirmados e praticamente 750, nós estamos com 738 óbitos confirmados. Nós temos aí as orientações, a decisão judicial que não seja aberto, que não abra bares e restaurantes porque de fato é botar em risco a vida das pessoas, inclusive, principalmente dos grupos de risco e esta medida de abertura precoce simplesmente vai afetar não só as pessoas que acabam não respeitando e saindo do isolamento, porque há uma ansiedade em retomar a vida social, encontrar as pessoas e os hábitos de convivência social, mas de qualquer maneira é algo irresponsável que acaba arriscando a vida de todos e todas e nós entendemos que nós temos que ter uma sociedade mais humana com as condições dignas de sobrevivência e neste momento o que é mais importante é preservar a vida acima do lucro. A economia se recupera, agora a vida não tem como ressuscitar.”
Simone Carleto, pré-candidata a prefeita pelo Psol