Polícia desmantela suspeitos de integrar o golpe do empréstimo
Em operação realizada neste final de semana, a Polícia Federal prendeu os dois principais alvos da operação Fair Play, que investiga um grupo empresarial suspeito de aplicar o “golpe do empréstimo” em, pelo menos, cinco estados do país. As prisões ocorreram nas cidades de Guarulhos, em São Paulo, e Curitiba, no Paraná.
De acordo com a entidade, a dupla ostentava com o dinheiro ostentava com o dinheiro das vítimas, exibindo um estilo de vida luxuoso com fotos de carros e fotos de carros de luxo, além de viagens nacionais e internacionais, além de compras em Dubai, nos Emirados Árabes.
No primeiro dia da operação, deflagrada na sexta-feira (14), a PF cumpriu mandados de prisão temporária e ordens judiciais de busca e apreensão nas cidades de Manaus (AM), Boa Vista (RR), Belém (PA) e Natal (RN). Na data, a PF de Sergipe informou que um alvo da operação foi preso no estado, passando férias.
Um dos principais alvo foi preso ainda na noite da última sexta-feira (14), em um hotel em Guarulhos (SP). O outro foi preso no início da noite de sábado (15), em Curitiba (PR). A PF não divulgou os nomes das duas pessoas.
De acordo as investigações, as operações indicaram que as vítimas eram servidores públicos e aposentados, ambos por terem facilidades para empréstimos. Mais de 200 boletins de ocorrência foram registrados contra o grupo financeiro chamado de Lotus Corporate, segundo a Polícia Civil do Amazonas. Todos eram contratados pela Lotus, que oferecia uma proposta de investimento por meio do dinheiro emprestado pelo banco.
No contrato, os servidores faziam um empréstimo, repassavam o valor para Lótus e a empresa pagava uma comissão de até 12% para o cliente. A empresa se comprometia em quitar a dívida feita pelo servidor. O contrato tinha durabilidade de um ano e, mensalmente, a Lótus pagaria as parcelas, até o valor total do empréstimo.
No entanto, em julho deste ano, os servidores começaram a receber cobranças dos bancos referentes a parcelas em atraso. Em coletiva de imprensa na sexta-feira, a Polícia Federal informou que a empresa nunca teve autorização para oferecer serviços financeiros.
“Uma empresa que não tem autorização legal, autorização da CVM ou do banco central para funcionar como instituição financeira, mas praticava atos definidos em lei que caracterizam essa empresa como sendo uma instituição financeira”, comentou o delegado Sávio Pinzon.
Segundo a Polícia Federal, em um período de dois anos o grupo movimentou, aproximadamente, R$ 156 milhões. Os crimes eram investigados desde 2021, e, de acordo com a apuração, a empresa investigada faz parte de um grupo empresarial que atuava em diferentes segmentos comerciais.
Carros de luxo, duas armas de fogo e relógios foram apreendidos. No total, 27 pessoas físicas e jurídicas tiveram bens bloqueados e sequestrados.
Conforme a PF, no momento, apenas um investigado está foragido. As investigações continuam.
As autoridades apuram desde crimes contra o sistema financeiro, contra a economia popular, lavagem de dinheiro a organização criminosa, entre outros. Somadas, as penas máximas para esses crimes ultrapassam 30 anos de prisão.