Mecânico e morador de rua mortos durante a ação, na zona leste, não tinham relação com o crime; outras duas pessoas ficaram feridas
Uma operação da Polícia Civil da zona leste para encontrar os suspeitos de assaltar um policial do 4ª DP de Guarulhos terminou na morte de duas pessoas, na madrugada de quinta-feira (25), e deixou outras duas vítimas feridas.
Segundo o boletim de ocorrência ao qual o GRU Diário teve acesso, a ação foi autorizada pelo 24º DP (Água Rasa), na zona leste. No documento não há qualquer menção afirmando que as duas vítimas tenham qualquer relação com o roubo sofrido pelo policial de Guarulhos.
O mecânico Guilherme Tibério Lima, de 25 anos, e o morador de rua José Domingos dos Santos foram baleados por pelo menos quatro policiais que participaram da operação. Duas pessoas foram atingidas por tiro de raspão.
Informações do boletim de ocorrência apontam que os agentes montaram um bloqueio na Rua Subragi esquina com a Rua Terra Brasileira. Enquanto abordavam dois homens em uma moto, o carro onde estava o mecânico e mais um homem, de 18 anos, não teria obedecido a ordem de parada e passou em alta velocidade quase atropelando os policiais.
A policia alega que o motorista estaria armado e teria apontado em direção aos policiais. Os agentes atiraram contra o carro para, segundo o boletim de ocorrência, “salvaguardarem suas vidas e repelir a injusta agressão que estavam sofrendo”. O condutor foi atingido pelos disparos e perdeu o controle. O veículo colidiu com o muro de um condomínio. O mecânico morreu na hora. O passageiro foi atingido com tiro de raspão no tórax.
Um homem que estava próximo a um ponto de ônibus foi atingido no braço e foi encaminhado ao Hospital Ermelino Matarazzo, onde passou por cirurgia e se recupera.
José Domingos foi encontrado na rua ferido pelos agentes durante uma “vistoria” após a ação. Ele foi levado ao Hospital Santa Marcelina de Itaquera, e veio a óbito.
A perícia encontrou uma arma de fogo na mão direita do mecânico e afirma que era falsa.
O passageiro que estava com Lima contou que os dois iam buscar uma receita médica. Sobre a arma encontrada com a vítima, alegou “não ter observado nada na posse de Guilherme”.
O GRU Diário aguarda o posicionamento da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP)