Indústria e comércios são os mais atingidos, enquanto setor de serviços ainda conseguiu crescer.
Pela primeira vez em 20 anos, o estudo IPC Maps deste ano aponta que o número de empresas diminuiu de um ano para o outro, tanto no Brasil quanto em Guarulhos. De acordo com o levantamento, 12.591 empresas fecharam ou deixaram a cidade entre abril deste ano na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em 2019, a cidade contava com 154.922 empresas, contra 142.331 empresas deste ano. O Comércio foi quem mais acentuou esta queda e corresponde a 86,5% dos fechamentos, com 10.902 unidades comerciais que encerraram as atividades ou mudaram de endereço.
O setor varejista do comércio teve maior responsabilidade neste índice negativo, com o fim de 9.624 unidades fechadas. Já a indústria foi a segunda colocada, com 2.145 companhias fechadas na cidade.
O número só não foi pior porque os outros dois setores levados em consideração na pesquisa apresentaram crescimento. O setor de serviços e o agribusiness concluíram o período com um crescimento de 0,5% (441) e 5,9% (15), respectivamente.
Segundo Marcos Pazzini, sócio da IPC Marketing Editora e responsável pela pesquisa, o Brasil vinha em um ritmo de recuperação da economia, mas já é possível sentir nestes números o impacto da pandemia, visto que muitas empresas ainda podem fechar no decorrer dos próximos meses.
Apesar do índice negativo do número de empresas fechadas, o especialista ressaltou que a cidade teve um crescimento em sua representatividade junto ao consumo nacional. De acordo com o IPC Maps, em 2019 Guarulhos correspondia a 0,68488% dos 100% consumido no País, enquanto este ano deve chegar a 0,71582%.
Sobre o fechamento dos comércios, Pazzini afirmou que Guarulhos sentiu menos este impacto da pandemia se comparado com outros municípios, como a Capital e disse que o comércio já enfrentava dificuldades não só por conta da pandemia, mas também pela concorrência.
“O comércio de rua vem tendo uma concorrência forte de shoppings e cada vez mais a população tem preferido procurar estes estabelecimentos, mesmo tendo de pagar mais caro e tendo de pagar estacionamento por conta de vantagens como segurança e de ter tudo num único lugar”, disse Pazzini.
Outro ponto apontado pelo especialista, agravado pela pandemia, é que lojas grandes já estavam acostumadas a trabalhar com e-commerces e com deliveries, enquanto muitos empreendedores menores só conseguiram se atentar e implantar isso durante este período crítico.
Vale ressaltar ainda que, conforme noticiado pelo GRU Diário, quase 15 mil pessoas ficaram desempregadas entre março e abril deste ano.
Sobre o IPC Maps
Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do País, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento. Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços etc., possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, Estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores. Além disso, o IPC Maps apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.