Os criminosos vendiam os medicamentos roubados pela internet
A Polícia Civil prendeu em flagrante cinco suspeitos, entre 21 e 34 anos, em um imóvel no Parque Primavera, em Guarulhos, no último sábado (16). Eles fazem parte de grupo criminoso especializado em roubo de medicamento para emagrecimento. No local foram encontradas caixas do remédio Ozempic usado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade.
A Polícia Civil de São Paulo já desmantelou, desde janeiro deste ano, pelo menos três quadrilhas especializadas em roubos de remédios de alto custo em farmácias. Os grupos criminosos costumavam roubar medicamentos que variam de R$ 500 a R$ 1 mil para comercializar na internet.
Para chegar até os suspeitos, policiais do Grupo Especial de Reação (GER) realizaram campana em uma mata e se posicionaram atrás da casa para evitar a fuga dos envolvidos.
Segundo a Polícia Civil, quando os receptadores começaram a ser presos durante os trabalhos de investigação, causou um “alvoroço” nas quadrilhas.
“Quando prendemos o primeiro, os demais envolvidos começaram a fugir, um foi para o nordeste e outros para demais regiões”, disse o delegado Pedro Ivo dos Santos, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Apesar do sucesso com o desmanche dessas organizações criminosas, a investigação ainda não acabou “porque mais prisões precisam acontecer”, completou o delegado.
Segundo o delegado Pedro Ivo dos Santos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), responsável pelas investigações, essas quadrilhas eram das zonas norte, sul e centro da cidade de São Paulo. Ele ressaltou, inclusive, que os criminosos que mataram o policial militar Anderson Valentim, de 46 anos, e sua filha, Alycia Perroni Valentim, de 19, no mês passado, integravam uma dessas quadrilhas.
“O sucesso dessas investigações se dá ao empenho das equipes e aos investigadores que têm ‘expertise’ no assunto. Os procedimentos para chegar até esses criminosos não são simples. Utilizamos equipamentos, como visão noturna e drones, para o monitorá-los, além do cruzamento de informações que nos ajudaram a chegar até eles”, afirmou.
Investigação
Ainda conforme o delegado do Deic, as investigações começaram após um investigador levantar a hipótese de que um ladrão, detido no fim janeiro, estaria envolvido em assaltos a farmácias. Um inquérito foi instaurado e constatou-se que o homem já tinha roubado vários desses estabelecimentos, sendo que ele chegou a roubar nove vezes uma mesma farmácia.
Com as informações, as equipes centralizaram esforços para derrubar o que, inicialmente, seria uma quadrilha. Com o decorrer das apurações, os agentes descobriram que havia outras e que os envolvidos vendiam os medicamentos roubados na internet.
“Fomos monitorando, conseguimos mandados de busca, pedimos prisões, até chegar em cada envolvido”, finalizou o delegado.