Assim como Coronavac, falta de dados também gerou críticas ao imunizante
O gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, recomendou, neste sábado (16), o uso emergencial da vacina de Oxford, produzida pela AstraZeneca e pela Fiocruz, mas também apontou a falta de dados que embasem a imunização de alguns grupos específicos.
Assim como a Coronavac, Mendes afirmou que a recomendação é condicionada ao monitoramento de incertezas.
A decisão final ainda cabe a diretoria colegiada da Anvisa, que deve ouvir ainda a área de certificação de Boas Práticas de Fabricação e de monitoramento de Eventos Adversos antes de dar seu parecer. A vacina de Oxford, de acordo com a Anvisa, tem uma eficácia global de 70,42%.
De acordo com Mendes, há dúvidas sobre a pureza do produto de Oxford e sobre sua estabilidade no longo prazo, além de a vacina, depois de aberta, precisar ser usada em 6 horas. Cada frasco tem a capacidade de disponibilizar 10 aplicações.
O gerente-geral ressaltou ainda que doses menores da vacina tiveram uma eficiência melhor do que a de doses padrão, mas que esta utilização não estava prevista e foi decorrente de um desvio. O número de idosos vacinados também foi considerado “muito pequeno” para determinar a eficácia da vacina nessa população.
Mendes afirmou ainda que a primeira dose garante uma imunidade por 12 semanas, mas que não há informações sobre a eficácia após este período, o que não permite saber qual a eficácia total de uma dose única.
Assim como a Coronavac, não há conclusão significativa e definitiva para casos graves e não há dados concretos para eficácia em crianças, gestantes e pessoas com comorbidades.