Jovens tiveram palestra com artista plástico e participaram evento
As férias escolares dos jovens que cumprem medida socioeducativa no CASA Guarulhos, um dos três centros da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) na cidade, tiveram a arte presente na figura da superação do artista plástico Daniel Ferreira, que pinta com os pés e a boca, e no encerramento do projeto “Rimas que Transformam: Hip Hop como Ferramenta de Resgate e Transformação”, realizado em parceria local com a Associação Nossa Casa Artes e Terapias e o Coletivo Duelo do Amarelo.
A história de superação do artista plástico Daniel Ferreira, contada para duas turmas em horários distintos na última quarta-feira (24), envolveu e impressionou os adolescentes. Nascido com má formação congênita, Ferreira não possui os dois braços. A deficiência física, contudo, não o impediu de, com o apoio da família, desenvolver a habilidade com a pintura e o desenho, utilizando para isso os pés e a boca.
O artista mostrou sua trajetória e algumas obras, além de propor uma vivência aos adolescentes: experimentar pintar e desenhar com a boca ou os pés. Ao todo, 25 garotos demonstraram empatia e decidiram aceitar o desafio de se colocar no lugar de Daniel.
“O artista foi um exemplo de motivação para os jovens, mostrando que enfrenta preconceitos e que nunca desistiu de lutar por seus objetivos, refletindo sobre superação e autonomia”, explica a encarregada técnica do CASA Guarulhos, Vilma de Oliveira Ribeiro.
Já o hip hop permeou o evento promovido no dia 20 de julho, com presença dos jovens em internação, servidores e alguns familiares dos adolescentes. Rimas, break e grafite tomaram conta da quadra do centro de atendimento, fechando a série de 11 oficinas temáticas do projeto “Rimas que Transformam: Hip Hop como Ferramenta de Resgate e Transformação”.
Entre os meses de março e julho, a Associação Nossa Casa Artes e Terapias e o Coletivo Duelo do Amarelo realizaram as oficinas, com duas horas de duração cada, estimulando o desenvolvimento pessoal e social dos adolescentes atendidos a partir de vivências artísticas com o uso do hip hop e suas linguagens. Foram utilizadas rodas de conversa, discussões e workshops direcionados.
O objetivo do projeto foi proporcionar um espaço de diálogo e reflexão sobre temas relevantes para a vida dos adolescentes, como escola, família, trabalho e plano de vida.
“Essas ações agregam diretamente no processo reflexivo dos adolescentes durante o cumprimento da medida socioeducativa, o que colabora bastante com o trabalho realizado pelas equipes da Fundação CASA”, afirma a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.