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Exclusivo: Guti anuncia novo polo industrial em Guarulhos para gerar 3,5 mil empregos

Foto: Wellington Alves
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Prefeito enaltece conquistas do ano, cita dificuldades e reclama de politicagem da oposição

O aniversário de Guarulhos deste ano não tem eventos públicos, por causa da variante ômicron do coronavírus. Contudo, para 2022, o prefeito Guti (PSD) confia na retomada da cidade, principalmente do ponto de vista econômico, após dois anos de pandemia.

Guti quer criar a Expo GRU, um grande evento para fomentar os negócios entre as empresas da cidade, além de expor o trabalho delas para companhias de outros países. Além disso, ele aposta na criação de um novo Parque Industrial, com viés tecnológico, que pode gerar, na primeira fase, 3,5 mil empregos diretos.

O prefeito recebeu o GRU Diário na segunda-feira (6), no Paço Municipal, no Bom Clima, para uma entrevista. Além dos projetos econômicos, ele falou sobre o foco nas políticas ambientais e criticou a oposição.

Confira a entrevista:

Quais foram os principais desafios deste ano?

Guti – Continua sendo aquele binômio do problema financeiro, com uma grande dívida, aliado a falta de infraestrutura para fazer. O que fica no meio do caminho que são as ações que precisamos fazer é o mais complicado. Vamos avançando aos poucos, mas isso se agrava com a pandemia. Além dos desafios sanitários, tem o problema da economia puxada para baixo. É inevitável uma retração. Quem tem dinheiro para de investir. Muita gente perde emprego e precisa mais dos serviços públicos. A Prefeitura arrecada menos, já que as empresas não estão investindo. O desemprego aumentou. A gente arrecada menos e tem que investir mais.

E quais conquistas o senhor considera relevantes neste ano?

Guti – Conseguimos avançar muito, mesmo com todas as dificuldades. Tenho orgulho de todo o trabalho do meu time. Os vereadores também têm sido parceiros votando projetos importantes, às vezes até mesmo polêmicos, mas que são essenciais e obrigatórios para termos a legislação atendida. Era impensável há cinco anos pensar Guarulhos com água todos os dias em todos os bairros, e a gente tem. Era surreal imaginar que iriamos avançar no tratamento de esgoto. Pegamos com 2% e vamos fechar em 2024 com 70%. Estamos próximos a 40%. Vamos dar um passo extraordinário com a URQ (Unidade de Recuperação e Qualidade da Água). Aqui parabenizo a coragem dos vereadores. Tentou-se fazer oposição desqualificada. Ou não estudaram ou sabem e quiseram vender dificuldade. O projeto é muito bom, vamos avançar muito no tratamento do esgoto.

Qual será o ganho da URQ no local do estádio da Ponte Grande?

Guti – É a melhor localização, próximo ao rio. A região da Ponte Grande ganha muito. Ali próximo o odor é muito ruim e não vai ter mais isso. A pista de skate continua no complexo e vai ser muito mais moderna, nos padrões da Associação Mundial de Skate. O campo estamos estudando uma possibilidade com o Governo do Estado para que nos cedam uma área próxima. É impensável o quanto vamos avançar. A gente não está falando só de Ponte Grande ou Guarulhos. Estamos falando do Brasil. Com aquilo instalado, vamos deixar de ter o codinome de maior poluidor do Rio Tietê. Naquele trecho, o rio poderá voltar a ter vida, de Guarulhos para trás. O rio Tietê é um enorme problema para o Estado inteiro. É qualidade de vida. Estamos destruindo nosso planeta. Se cada cidade fizer isso a gente consegue mudar.

Houve expansão da coleta seletiva neste ano. Quais são os próximos passos neste tema?

Guti – Não tinha coleta seletiva na cidade. Estamos implantando. Hoje atingimos 50% dos bairros da cidade e até julho do ano que vemos teremos a cidade inteira com coleta seletiva. Nosso governo é muito preocupado com a questão ambiental, porque é o bem do nosso planeta. Eu tenho muito forte comigo essa questão ambiental. Por isso acho que foi de uma covardia enorme vereadores que se posicionaram contra o projeto, porque vai mudar a cara da nossa cidade.

O senhor anunciou recentemente a Expo GRU para fomentar a economia da cidade. Que outras medidas econômicas o senhor pretende implementar no próximo ano?

Guti – Nós temos várias frentes a serem trabalhadas. A Expo GRU vai ser sensacional e vamos fazer acontecer. Mais do que trazer cônsul e países, que é bacana, o que a gente mais quer é fazer com que a nossa cadeia produtiva se conheça. Que a pessoa que produz algo de plástico precisa conhecer as empresas que fornecem insumos de plástico da cidade, que são várias. A gente quer ligar a cadeia produtiva para que a nossa microeconomia gire cada vez mais. Deixar o capital circular aqui. Outra medida é a Faculdade Guarulhos, que é gratuita. Vamos abrir 50 vagas para Pedagogia e 50 para Psicologia no início de 2022. Isso é para fomentar não só a questão acadêmica, mas dar novas perspectivas às pessoas. Ano que vem queremos algumas mudanças legislativas para, onde está o Parque Tecnológico – que está emperrando -, ser um Parque Industrial, com viés tecnológico. A gente quer fazer um condomínio de grandes indústrias, de 10 mil a 15 mil metros quadrados. Vamos ceder em forma de concessão até 35 anos a essas empresas, desde que elas mostrem uma contrapartida para nós, com geração de empregos. Vamos dar incentivo fiscal do IPTU. A empresa vai ter que levar a infraestrutura para a área dela.

Qual é a expectativa de empregos gerados?

Guti – Naquela área ali temos, na primeira fase, 120 mil metros quadrados. Acreditamos que serão de 10 a 15 empresas. Estamos falando de até 3,5 mil empregos. E estamos fomentando, com flexibilização, para que as empresas invistam aqui. Recentemente foi anunciado a vinda da Leroy Merlin para cá, são 500 empregos. Tem uma indústria de calçadas que vai gerar 2 mil empregos. A Bauducco está ampliando. O Hospital da São Luiz vai iniciar as obras. A gente está atraindo muitas empresas e queremos muito mais. Temos um setor só para os grandes investidores.

Em um cenário hipotético de nova onda da covid-19, Guarulhos tem condições de retomar os leitos utilizados no pico da pandemia?

Guti – Devemos ficar em alerta, mas não em pânico. Os especialistas mudam de opinião, justamente porque é novo. Nem o presidente dos Estados Unidos, que tem os melhores especialistas não tem como saber (o futuro da pandemia). A ômicron tem baixo impacto nos locais com ampla vacinação. Em Guarulhos estamos acima de 85% da população com o ciclo vacinal completo acima de 12 anos. Se for acima de 18 anos, batemos 96%. Com a terceira dose, vamos buscar o reforço das pessoas acima de 40 anos. Se você com mais de 40 anos não tomou o reforço, por favor, busque uma das nossas 69 UBSs.  A gente tem que atuar na defesa da vida. No caso de recursos, nos preocupamos. Nossos cofres estão bem complicados. Mas constantemente tenho ido a Brasília. Não tenho dúvida que o Governo Federal, se tiver outra onda, vai dar suporte aos caixas das prefeituras para salvarmos o maior número de vidas.

Tivemos a informação de que o senhor orientou o jurídico a não recorrer da liminar do PDT para não se cobrar a taxa do lixo. O senhor confirma?

Guti – Dentro da peça orçamentária, estamos mandado redução significativa. Nós, no mínimo, vamos reduzir 30% em cada faixa. Teremos redução até maiores. Isso no caso de a taxa ser cobra em Guarulhos. Você acompanhou. Fomos ao STF, junto com uma série de prefeitos, e não tivemos êxito (para evitar a cobrança). Daí aprovamos a lei e temos essa liminar. Não recorremos. Pedi para os nossos especialistas para não recorrer. Temos os procuradores municipais que, mesmo o prefeito não querendo, eles têm que fazer conforme a prerrogativa. Encontramos o argumento jurídico para não recorrer, o que não quer dizer não se defender. Guarulhos tem que mostrar porque fez a taxa do lixo e vamos falar que foi determinação do Governo Federal e do marco regulatório. Vamos colocar também que as pessoas que utilizam programas sociais não serão cobradas. Tudo vamos colocar na defesa, porque é dever funcional. Pode ser que a taxa não seja cobrada, não sabemos se será sustentada no julgamento ordinário.

A Proguaru vai ser extinta por questões financeiras, conforme parecer da Fipe. O senhor espera um serviço melhor com a vinda das novas empresas?

Guti – Vou te falar com mais eficiência, que é conseguir os resultados que nós queremos com um menor custo, e isso é possível. Foi provado pelas licitações que estão acontecendo, que estão mais vantajosas para nós. E diferente da URQ, que foi feita muita politicagem e fisiologismo político, alguns vereadores defenderam os postos de trabalho. E eu concordo com isso e é uma decisão que não é fácil de ser tomada. O que eu mais me preocupo hoje, além de o serviço continuar sendo bem prestado, de uma forma mais eficaz economicamente falando, me preocupo muito com os empregos. Tem uma empresa que venceu o certame licitatório, que já começou a trabalhar – os controladores de acesso das escolas – e já contratou bastante gente da Proguaru. Estive com alguns deles no final de semana. Não tenho amparo legal de obrigar que uma empresa que vença o certame licitatório contrate os serviços da Proguaru, mas nada me impede de eu chamar as empresas vencedoras e pedir para entrevistar todos e contrate a maioria. Lógico que a empresa vai querer fazer isso, porque é menos custo. Investe menor em capacitação. É vantagem para todo mundo. Não vamos conseguir contratar 100% das pessoas, até porque muitas querem fazer outras coisas.

O grande mote da sua campanha foi o programa de Macrodrenagem, que pode acabar com 80% das enchentes da cidade até 2024. Qual é a expectativa para o próximo ano?

Guti – Já tivemos algumas licitações vendidas, mas algumas estão rodando. Estamos falando em meio bilhão de reais com macrodrenagem, readequação das áreas, reurbanização, gerenciamento de obras, são muitas coisas. Avançamos em algumas questões. A nossa expectativa é ter obras no primeiro semestre do ano que vem no leito do rio Baquirivu-Guaçu para reduzir o sofrimento das pessoas com as chuvas. Conseguimos esse financiamento. A obra é de responsabilidade do Governo do Estado, mas não adianta ficar esperando e reclamando. Apareceu a oportunidade de obter os recursos por empréstimo pelo Banco Andino de Fomento.

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