O governador João Doria (PSDB) adotou uma posição ainda mais dura contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), depois que o Governo Federal anunciou uma campanha para incentivar as pessoas a voltarem ao trabalho e deixarem o isolamento domiciliar. “Será que o mundo todo está errado e apenas o presidente Jair Bolsonaro está correto?”, questionou. E foi mais incisivo. “O Brasil precisa discutir quem será o fiador das mortes no Brasil.”
Doria foi ameaçado de morte, ontem, por centenas de mensagens por WhatsApp e telefonemas. O caso está sob investigação da Polícia Civil. Ele disse que a culpa é do Gabinete do Ódio, como é chamado o núcleo de apoio do presidente.
“Quero dizer para bolsominions, bolsonaristas, agressores, que não tenho medo de cara feia. Não tenho medo de 01, 02, 03, 04. Não tenho medo de Bolsonaro.”
O presidente defende que o Brasil adote o isolamento vertical, ou seja, apenas os idosos fiquem em casa e o comércio seja reaberto. A posição é rechaçada por Doria, que implantou quarentena em todo o Estado até o dia 7 de abril. A proposta é que funcionem apenas os serviços essenciais e sem aglomerações, para evitar o contágio pelo coronavírus. O covid-19 matou 69 pessoas no Estado de São Paulo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta os países a adotarem o isolamento domiciliar, já que não existe tratamento e vacinas para o novo coronavírus, que possui fácil proliferação e alta letalidade de idosos. O secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, disse que, desde o dia 15 de março, os casos de covid-19 cresceram 465% em São Paulo e mais de 939% em todo o Brasil. “As medidas tomadas pelo Governo do Estado foram corretas”, enaltece.