Martello vai proibir entrada no Legislativo de pessoas não imunizadas contra a covid-19
O clima nos bastidores da Câmara Municipal é de tensão. A lista publicada na sexta-feira (22) no Diário Oficial assinada pelo presidente do Legislativo, Fausto Miguel Martello (PDT), com cerca de 150 nomes de vereadores, assessores e funcionários não vacinados, com ordem de suspensão dos contratos de trabalho, causou revolta entre os citados.
A lista, contudo, está defasada, já que muitos vereadores e servidores foram vacinados. A folha de pagamento deste mês da Casa de Leis fecha nesta segunda-feira (25) e os nomes incluídos devem apresentar o comprovante de imunização atualizado para garantir o pagamento dos salários na sexta-feira (29).
Os quase 700 funcionários da Câmara deveriam ter enviado o comprovante de vacinação para o Departamento de Saúde até quinta-feira (21). Mesmo os que não enviaram podem regularizar a situação amanhã, entretanto, isso não deve estancar a crise. Os parlamentares não deveriam constar na lista, já que eles foram eleitos e não podem ter os subsídios (salários) suspensos.
O GRU Diário apurou que o Legislativo possui vários funcionários que se negam a receber ao menos uma dose de qualquer vacina contra a covid-19. A postura toma por base os comentários do presidente da República, Jair Bolsonaro, que também recusa a vacina.
Há vereadores que são contrários à demissão de servidores pela não imunização, apesar de concordarem que estes podem ser proibidos de entrar no prédio do Legislativo.
O líder do Governo na Câmara, vereador Gilson Passos (PSD), teve o nome publicado, mas se vacinou e disse ter entregado a documentação no período estipulado. Ele considera que houve um erro grave ao publicar os nomes dos vereadores e disse que é preciso diálogo com os funcionários que não querem se vacinar. “Na minha assessoria todos foram imunizados, na minha casa também. Defendo a vacina, mas é difícil obrigar alguém a fazer algo que ele não queira.”
Prefeitura e Ministério Público
O prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), também publicou decreto que prevê até demissão dos funcionários que não se vacinarem contra a covid-19. Entretanto, ainda não há informação de servidores municipais que tenham sido ameaçados de suspensão de pagamento dos salários pela atitude negacionista.
O Ministério Público cobra da Câmara uma postura rígida para impedir o ingresso de não vacinados nas suas dependências. A assessoria de Martello entende que, caso o presidente não tome atitude severa, ele pode ser acionado juridicamente por omissão.