Flamengo abusou das decisões equivocadas nesta temporada. São Paulo, que nada tem a ver com isso, celebra título inédito com justiça
Acredito que nenhum roteirista de Hollywood seria capaz de escrever uma história tão perfeita. Dorival Júnior foi o protagonista de um filme mágico. Campeão e dispensado pelo Flamengo, o técnico acertou com o São Paulo e comandou o Tricolor em um inédito título da Copa do Brasil. E o melhor: eliminando dois rivais paulistas diretos, com direito a uma final contra o rubro-negro carioca, o seu ex ingrato.
O São Paulo mereceu o título pelo que apresentou em campo. E, apesar de o presidente Júlio Casares não ser unanimidade, fora de campo, o clube também se movimentou direitinho.
A volta de Lucas, cria de Cotia, foi o símbolo desta conquista. Embora individualmente só tenha desequilibrado contra o Corinthians, na volta da semifinal, o jogador colaborou – e muito -, com sua liderança, para a chegada da taça ao Morumbi.
Se o Tricolor Paulista teve méritos, sobrou demérito para o Flamengo. Desde a saída de Dorival, o time não se achou em campo. Ou seja, não se encontrou em toda a temporada 2023. A contratação de Vitor Pereira foi um erro absolutamente previsível. Não que o português seja o pior treinador do mundo. Mas todo mundo que acompanha futebol minimamente sabe que sua ida para a Gávea foi cercada de polêmicas, que, obviamente, refletiram-se nas partidas.
Sampaoli é um cara que eu gosto. Fez um excelente trabalho no Santos e um bom no Atlético-MG. Mas, no Flamengo, não deu liga. E depois do seu (não) posicionamento na treta entre o atacante Pedro e o preparador físico Pablo Fernández, a situação, claramente, ficou pior. A diretoria foi teimosa em mantê-lo. Foi mais um erro numa sucessão de equívocos.
Agora, a equipe não tem mais nenhuma chance de título no ano. Marcos Braz, que tem boa parte de responsabilidade neste fracasso, deve estar nervoso. E aí, como diz aquele ditado: “Tá nervoso? Morde…”. Não, melhor não.