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Bacelarismo: Sou apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco

Foto: Rodrigo Coca/ Agência Corinthians
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Vitor Pereira, técnico português do Corinthians, dá resposta arrogante e parece não se preocupar com mais uma temporada em que o seu time é engolido pelo rival

Graças ao meu saudoso pai – aliás, parabéns a todos pelo dia de ontem (14) -, eu comecei a ouvir Belchior cedo. O cantor, que se considerava um sujeito de sorte, infelizmente, teve o azar de não ser reconhecido como deveria em vida.

No entanto, independentemente do reconhecimento póstumo, algumas de suas músicas ficaram para eternidade. Uma delas diz: “Eu sou apenas um rapaz latino-americano. Sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”.

Tirando a parte de vir do interior, eu me identifico com essa descrição de Belchior. Aliás, muitos brasileiros se identificam. Quem consegue ter dinheiro no banco diante de uma crise econômica que parece não ter fim?

Alguns conseguem. Como é típico do capitalismo nosso de cada dia, muitos ganham pouco e poucos ganham muito. É o que fala outra música popular brasileira, do grupo As Meninas: “Onde o rico fica cada vez mais rico. E o pobre fica cada vez mais pobre”.

E por que estou citando músicas que falam de economia numa coluna de esportes? Porque no último sábado, depois do clássico Corinthians x Palmeiras, em Itaquera, que está longe de ser um bairro nobre da capital paulista, o técnico corintiano Vitor Pereira fez questão de mostrar que está confortável com a sua situação financeira.

Vitor não é um rapaz latino-americano. Ele é europeu, oriundo de um país que, por séculos, explorou as terras e riquezas brasileiras ao seu bel-prazer, como se aqui fosse seu quintal.

A declaração de Vitor foi muito infeliz em diversos sentidos. Ali, do lado da Neo Química Arena, há uma imensa favela com pessoas que não têm dinheiro no banco. Além disso, ao contrário do treinador, elas estão muito preocupadas com seus empregos ou bicos que garantem a comida na mesa – e, ainda assim, tem dia que falta.

No aspecto esportivo, o Corinthians, sob o comando de Vitor, perdeu os três dérbis contra o Palmeiras – em três estádios diferentes. Isso não aconteceu com Sylvinho e Tiago Nunes, para ficarmos em dois exemplos recentes. Aliás, o primeiro sequer foi superado pelo maior rival, já treinado pelo lendário Abel Ferreira: um empate e uma vitória.

A derrota de ontem, além de tudo, acabou com as (já remotas) chances de título brasileiro. E pressiona ainda mais o time na Copa do Brasil.

Apesar de tudo isso, Vitor disse que, a esta altura de sua carreira, não se preocupa com demissão e que pode treinar qualquer equipe. Claramente, mais uma vez, colocando-se acima da instituição Corinthians.

Seria a hora de Vitor adaptar aquele famoso fado de Roberto Leal? “Ô mete o pé, mete o pé, mete o pé, mete o pé e diga adeus”?

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