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Bacelarismo: Futebol se recusa a voltar para sua casa. E também ao seu país

Seleção inglesa de futebol feminino
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Inglaterra fica novamente no quase, enquanto o Brasil nem isso

Antes de mais nada, gostaria de pedir desculpas pela minha ausência. Não importa se 50 pessoas leem minha coluna. Ou se só uma. O fato é que tenho um compromisso com os leitores do GRU Diário.

Mas explico: estive fora por quase duas semanas, devido a um compromisso de trabalho. Fiquei dez dias em Manchester, Inglaterra, e não consegui escrever meus textos semanais.

Feito o pedido de desculpas e dada a justificativa, vamos ao assunto desta coluna. E ela tem a ver justamente com a Terra da Rainha.

A seleção inglesa feminina de futebol chegou muito perto de levar o “esporte de volta para casa”. Para quem não sabe, a Inglaterra é considerada o berço do futebol e, por isso, os ingleses cantam que o futebol está voltando para casa sempre que se aproximam de um título mundial.

Desde 1966, quando a Copa do Mundo masculina foi disputada na própria Inglaterra, os ingleses não sabem o que é ganhar um Mundial.

As mulheres quase conseguiram tirar esse grito da garganta, mas pararam na Espanha, que, ao lado da Alemanha, tornou-se uma nação campeã mundial tanto no feminino como no masculino.

Quem não conseguiu (ou não quis) acordar cedo no último domingo (20), perdeu um baita jogo, digno de uma grande final de Copa. Chances para ambos lados, belas defesas e até pênalti desperdiçado. Espanha e Inglaterra fizeram uma partida à altura do crescimento do futebol feminino nos últimos anos.

Por outro lado, nós, brasileiros, só temos motivos para lamentar. A eliminação precoce na primeira fase doeu e coloca em xeque o trabalho da vitoriosa técnica sueca Pia Sundhage.

Por que justamente no momento em que o futebol feminino começa a ter visibilidade, calendário e o mínimo de estrutura no Brasil, a Seleção não foi capaz de vencer uma equipe que quase não jogou a Copa por falta de condições financeiras? O futebol é o esporte mais apaixonante do mundo pelas zebras, mas os favoritos precisam refletir sobre suas derrotas inesperadas.

Poderíamos discutir até amanhã os motivos. Um deles, em minha modesta opinião, é que não nos preparamos para a ausência da Marta, a melhor jogadora de futebol de todos os tempos. Nossos melhores resultados no futebol feminino aconteceram enquanto a alagoana estava em seu auge.

Agora, sem Marta conseguir ser tão desequilibrante como antes, a Seleção pena para enfrentar as grandes potências. Falta um trabalho que visa o coletivo. Tanto para potencializar nossos talentos como para neutralizar os pontos fortes dos rivais. Pela segunda Copa consecutiva, direta ou indiretamente, o Brasil é eliminado por sofrer um gol em uma jogada aérea da França.

A falta de um trabalho coletivo, capaz de minimizar a dependência individual, também afeta o masculino, que não elimina um time europeu em Copa desde 2002, ano do pentacampeonato.

No feminino, esperava mais da Pia. Acreditava que a Seleção iria evoluir a ponto de não sofrer com a aposentadoria da Marta. Nossa Rainha nem pendurou as chuteiras e percebi que estava errado.

No masculino, Diniz fez sua primeira convocação, dividindo suas atenções entre a Seleção e o Fluminense. Torço por seu sucesso, mesmo sabendo que este trabalho duplo tem remotas chances de dar certo.

Como podemos perceber, o futebol não quer voltar para a sua casa. Tampouco para seu país.

*Vinícius Bacelar é jornalista, formado pela Universidade São Judas Tadeu, acumula passagens por algumas das principais redações do Brasil, como Agora S.Paulo, Folha de S. Paulo, R7 e UOL. Também foi editor do Metrô News. Como assessor de imprensa atuou nas eleições municipais de Guarulhos de 2016. Posteriormente, atendeu o Esporte Clube Água Santa, o Bangu Atlético Clube e o Boston City FC Brasil, além de atletas, técnicos e dirigentes.

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