Embate que mais chamou atenção nas redes foi entre o padre Kelmon e Sopraya Thronicke
O último debate entre os candidatos à Presidência realizado pela Rede Globo na noite de quinta-feira (29) foi marcado por diversos ataques diretos e indiretos, direitos de resposta e memes gerados pelos embates entre os presidenciáveis.
Participaram do debate Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe d’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB).
O embate mais esperado, entre Lula e Bolsonaro não ocorreu diretamente. Bolsonaro até teve uma chance de perguntar diretamente para Lula e preferiu chamar Felipe d’Avila.
Ainda assim, o primeiro bloco foi marcado por uma série de direitos de resposta entre Bolsonaro e Lula. Com ataques sobre casos de corrupção, rachadinhas, orçamento secreto, sigilo de 100 anos sobre Bolsonaro, e de Petrolão, Mensalão e até a morte do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, a qual Bolsonaro questionou Simone Tebet do envolvimento de Lula, embora a polícia tenha concluído o caso como um crime comum.
Tebet disse que a pergunta deveria ser redirecionada a Lula, e não a ela ou sua vice-candidata, a senadora Maria Gabrilli (PSDB), filha de um empresário do ramo dos transportes vítima da máfia do setor durante a gestão petista em Santo André.
Bolsonaro teve um tom mais tranquilo neste debate, soube falar para seu público e evitou agressividade com as candidatas as mulheres. Ele ainda contou com o apoio do Padre Kelmon, candidato que substituiu Roberto Jefferson, proibido pelo TSE por conta de processos judiciais.
O padre Kelmon com certeza é a parte trágica e cômica do debate. Estava ali claramente para defender a gestão de Bolsonaro, atacar a esquerda e defender os valores conversadores.
Do jeito que Kelmon falava, nem parecia que o telhado dele era de vidro. Em um determinado momento chegou a bater boca com Lula, que o chamou de impostor.
Kelmon pertence à Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, a qual o considerou padre a partir de agosto de 2015, sem nenhuma ligação com qualquer outra denominação Ortodoxa no Brasil, que se manifestou e ressaltou esse ponto.
O padre também parece fazer de conta que não conhece o passado de Roberto Jefferson, condenado pelo mensalão, escândalo petista de compra de apoio no Congresso, e nem parece ser a pessoa que já foi filiada ao PT.
Os embates mais divertidos, entretanto, ficaram entre Kelmon e a candidata Soraya. Pasmém, ele tentou cravar que a candidata eleita pelo bolsonarismo era, na verdade, uma candidata de esquerda. Recebeu uma resposta muito atravessada da candidata diversas vezes:
“Bem se vê que depois de receber o Auxílio Emergencial, o senhor arrumou um emprego de cabo eleitoral. Temos um candidato cabo eleitoral de Jair Bolsonaro”, disse a senadora, após Kelmon criticar a proposta de Soraya de criar um imposto único.
Kelmon ainda falou de Che Guevara, disse que as escolas foram transformadas em um “ninho” para esquerdistas e chamou Soraya de cabo eleitoral de Lula.
Em um dos momentos de ápice do debate, foi questionado por Soraya se ele não teria medo de ir para o inferno. A questão o irritou e o padre afirmou que “morre um pouco todo dia pelo evangelho”, coisa que a candidata desconhece.
Ciro Gomes mostrou ser um candidato ponderado. Atacou o PT e Bolsonaro, tentou mostrar propostas, mas vive um momento ruim. Além de ver parte de seus apoiadores migrarem para Lula, por conta do chamado voto útil, pode ainda ser ultrapassado por Simone Tebet, que tem se destacado debate a debate e crescido nas pesquisas eleitorais.
De qualquer forma, cabe ao eleitor, de acordo com as suas convicções e percepções, decidir a quem seu voto será dedicado.