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Artista de Guarulhos fará grafite gigante em prédio da CDHU sobre o papel das matriarcas nas famílias

Grafite CDHU
Foto: Divulgação
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Mimura Rodriguez grafitará o mural Enraizadas em prédio no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo

A grafiteira Mimura Rodriguez, moradora de Guarulhos, iniciará a pintura de um grafite gigante em um conjunto habitacional do CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), no Itaim Paulista, zona leste de São Paulo, sobre o papel das matriarcas nas famílias.

A imagem que estampará os muros trará uma avó com as marcas dos anos vividos em seu rosto. Uma mãe que amamenta o filho como pode e outra que carrega o bebê a tiracolo em meio ao dia de labuta.

No fundo, galhos e raízes de árvores que contam uma história sobre o ciclo perene de famílias lideradas por mulheres, nas quais filhas encaram a maturidade de virar mães, que depois tornam-se avós. 

“Enraizadas apresenta a árvore em suas raízes, seu fruto e sua flor. Com uma poética que sugere não somente a beleza, mas também a dureza e secura de muitas partes desse processo. O ciclo. O eterno retorno. Cada criança que nasce é um ancestral que retorna. Estou aqui porque já estive em todas as partes”, afirmou a artista.

O grafite deve levar cerca de 10 dias para ser finalizado. A pintura foi selecionada pelo projeto Museu de Arte de Rua (MAR), da Secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura de São Paulo. Com nota 106,3, a obra “Enraizadas” foi classificada em 7° lugar, na categoria “Altura”, com o tema “Maturidade”.

Fruto de um relato pessoal, o desenho se conecta, ainda, com a história de sua criadora. Atuante no mundo das artes desde 2012, Mimura se tornou mãe em 2020, aos 31 anos, em meio à pandemia. Ao viver o maternar de sua filha e se conectar com a avó, Mimura passou a ter “mulheres” como o foco de suas obras – sua avó está morando com sua mãe. 

“Tenho aprendido muito sobre a potência das mulheres e como sustentamos nossa comunidade em diversos aspectos, mesmo que estes não sejam tão valorizados quanto deveriam. Tento trazer a força da ancestralidade, essa que não é apenas sobre parentes que viveram há muito tempo, mas também sobre os que estão aqui conosco”, comentou a grafiteira.

Além de grafiteira, Mimura é graduada em cenografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Migrou do teatro para outras frentes das artes em 2017, quando começou a tatuar. Durante a pandemia, retomou trabalhos de xilogravura e tapeçaria. No ano passado, foi convidada a produzir murais com temática especial para o dia das mães e logo se apaixonou por pintar em escala cada vez maior e levar sua percepção de mundo para a rua.

Mimura já realizou cerca de 50 pinturas na carreira. Como grafiteira, tem admiração pelos artistas de rua que abriram caminho para que a arte urbana passasse a ser considerada uma profissão real. Além do prazer de pintar, a rua trouxe à artista a vontade de “criar grande pra geral ver”, além  da “satisfação imensa” em saber que é algo público e não privado.

Entre suas obras, destacam-se ilustrações para a coleção de sandálias Ipanema (2021); grafite da obra “Comunidade” em um mural de 450m² no CEU Butantã (2022); pinturas no Minhocão e murais em diversas regiões de São Paulo, como na Baixada do Glicério, na Vila Ré, Jabaquara e na Avenida Cruzeiro do Sul. Mimura também foi assistente de pintura em trabalhos para marcas como Adidas e Ballentines (2021), já participou de exposições, foi palestrante e, junto ao SESC de Osasco, realizou oficinas de xilogravura e lambe-lambe.

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