Apuração do jornal O Dia revela ordens de proibição de bailes por 10 dias em comunidades cariocas
Até mesmo facções criminosas têm decidido tomar atitudes para evitar a disseminação da covid-19. De acordo com reportagem do jornal O Dia, traficantes de drogas de comunidades cariocas deram ordens para suspensão de bailes na comunidades pelo período de 10 dias.
De acordo com a reportagem, a medida é determinada por diferentes líderes em várias comunidades, como Maré, Barro Vermelho, São Pedro de Aldeia e Cabo Frio, entre outras.
Alguns dos recados são distribuídos em grupos de WhatsApp, como um assinado pela “Tropa do Pivete”, apelido de Leilson Ferreira Fernandes, um dos chefes do Comando Vermelho.
“Não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos”, diz o comunicado.
Outros são distribuídos nas páginas de redes sociais nas quais os bailes são organizados e há até mesmo atitudes mais ousadas, com direito a áudio dos traficantes e até alto falantes nas comunidades.
“Estamos enfrentando um momento delicado por conta do novo coronavírus (Covid-19) e mediante a situação para evitar aglomerações não haverá nenhum tipo de evento na nossa comunidade para evitar a disseminação do vírus e proteger a todos”, diz recado captado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro e identificado como a voz de Bruno Loureiro, conhecido como Coronel, liderança do Terceiro Comando Puro, no Muquiço, Zona Oeste do Rio.
Os pancadões e bailes de comunidades são argumentos usados insistentemente por comerciantes que tiveram seus comércios fechados e são multados por desobediência ao Plano São Paulo, assim como por cidadão contrários ao isolamento, que reclamam que as Forças Armadas coíbem o trabalhador, mas não acabam com focos de aglomeração na periferia.
Em Guarulhos, um pancadão com 500 pessoas chegou a ser encerrado pela GCM (Guarda Civil Municipal) em Tanque Grande, em fevereiro deste ano.