Cantor culpou macumba pela morte de Twelves, seu macaco de estimação

Hoje inicio a minha coluna comentando o comparecimento do cantor Latino à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), na tarde da última quinta-feira (8), para dar seu depoimento após denúncia de intolerância religiosa.
Segundo uma fonte de informação do Rio de Janeiro, o cantor compareceu na delegacia para prestar esclarecimentos a respeito da denúncia realizada pela Secretaria Municipal da Cidadania.
A decorrência da obrigatoriedade do Latino ter que comparecer e explicar foi em razão por causa de sua fala sobre a morte de Twelves, seu macaco. Em uma entrevista no mês de abril, Latino ofendeu as religiões afro-brasileiras.
Ele responsabilizou pessoas (provavelmente adeptos de segmentos de matrizes africanas) pela morte do animal de estimação. O cantor afirmou que todo mundo disse a ele que foi Macumba.
Fizeram um trabalho pra mim e o macaco foi no meu lugar “Quem conhece o mundo espiritual pode dizer melhor”, afirmou Latino, que contou que soube disso através de um “médium” e de um profeta.
O discurso do cantor não parou por aí: “Nessa parada de centro espírita, nesse bagulho de macumba, os caras fazem trabalho para infernizar a vida do outro”. A denúncia foi feita ao Ministério Público do Rio de Janeiro pelo Deputado Estadual Átila Nunes (MDB-RJ), agravado por ter sido em um veículo de comunicação.
Vale lembrar que a intolerância religiosa é crime. Dessa forma, o código penal estabelece, no artigo 208, aplicação de multa e detenção de um mês a um ano para quem escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa.
Cabe ainda ressaltar que “Macumba” é um antigo instrumento de percussão de origem africana, usado em terreiros de cultos afro-brasileiros. O cantor não observou o respeito aos seguidores desse segmento religioso.
Segundo o Deputado que fez a denúncia, Latino mostrou seu lado intolerante, o que motivou o pedido de investigação. Ele deve responder pelas ofensas aos praticantes da Umbanda e do Candomblé que não tem qualquer culpa pela decadência da carreira dele.
Frase Final:
“O respeito pelos segmentos religiosos da sustentação ao direito de ir e vir”.