Presidente também rebateu jornalista Gabriela Prioli
Durante um evento de campanha exclusivo para mulheres em Novo Hamburgo (RS), neste sábado (3), o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) questionou as participantes se era melhor uma pistola ou a Lei Maria da Penha quando estivessem sozinhas nas ruas.
“Quando precisar trocar um pneu sozinha na rua e vier pessoas na sua direção, prefere ter na bolsa uma Lei Maria da Penha ou uma pistola? E ninguém aqui é contra Maria da Penha. Nosso governo foi o que mais prendeu machões”, questionou Bolsonaro.
A resposta das mulheres se deu na sequência:
“Pistola”, afirmaram as apoiadoras.
Bolsonaro tem tentando uma maior aproximação do eleitorado feminino, principalmente com as mulheres que votaram nele em 2018, mas agora estão indecisas.
Apesar de falas polêmicas e agressivas com mulheres, como o ataque contra a jornalista Vera Magalhães, na última segunda-feira (29), durante um debate eleitoral, Bolsonaro não perdeu votos segundo a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (1º).
Ainda neste sábado (3), Bolsonaro retrucou a jornalista Gabriela Prioli, que disse à revista Veja não querer o ex-presidente em seu programa. Ao UOL, ela ainda disse ter medo do presidente:
“Sinto medo pelas inúmeras mulheres como eu que sofrem diariamente essa violência e não podem se defender, não têm segurança. Sinto medo por elas e por todos os grupos minorizados e minoritários que sofrem ataques sistemáticos desse governo. E, por sentir esse medo, é que eu não me calo”, disse Prioli.
Sobre a reportagem da Veja, Bolsonaro ironizou o comentário e disse que é como “O Tabajara Futebol Clube diz que não quer Neymar“.
Em suas redes sociais, o presidente continuo a critica contra Prioli, indiretamente:
“Igualdade é tratar a todos sem distinções, partindo do princípio de que ninguém é inferior ou superior a ponto de ser imune a críticas. Quando se usa da condição biológica como escudo para ser desrespeitoso e se blindar de resposta à altura, a igualdade dá lugar ao oportunismo”, afirmou o presidente.
O ex-presidente Lula (PT), principal opositor de Bolsonaro, defendeu Prioli em suas redes:
“Minha solidariedade com a @GabrielaPrioli. Não é possível termos um presidente que constantemente ofende mulheres e agride pessoas para aparecer, que não sabe conviver com ideias diferentes ou respeitar as mulheres”, escreveu Lula.