Técnicos da companhia estatal apostam na valorização dos imóveis do bairro
A Câmara Temática de Pesquisas e Proposições (CTPP) promoveu um encontro com representantes da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) para discutir o projeto de lei que concede área na Ponte Grande para implantação da Unidade de Recuperação da Qualidade da Água. A reunião ocorreu nesta quinta-feira (2), na Câmara Municipal, na Vila Augusta.
A companhia estatal prevê investimento de R$ 68 milhões na obra. A principal resistência da população é em relação à desativação do Estádio da Ponte Grande. Entretanto, durante a apresentação do projeto, os técnicos da Sabesp asseguraram que o local do estádio não será afetado.
Os atletas que praticam as modalidades esportivas de alto rendimento continuarão a treinar no mesmo espaço; apenas o campo de futebol será transferido para outro local, nas proximidades do estádio.
A Sabesp assumiu ainda o compromisso de implantar uma cerca verde em volta de todo o equipamento, para isolar completamente o local. “Nossa missão não é criar problemas, mas apresentar soluções”, garantiu o gerente de departamento da UGR Guarulhos, Valdemir Viana de Freitas.
Segundo Freitas, a estação será seis vezes menor que as tradicionais, construída em aço inoxidável, pré-moldada na indústria, com alta tecnologia, garantindo zero por cento de impacto no trânsito e nas residências do entorno, muito diferente da construção de um edifício, por exemplo.
“A escolha da localização não é política, mas técnica”, afirmou Freitas. “Todo o esgoto da região central converge exatamente para o canal de circunvalação da Ponte Grande.” O técnico explicou que a tentativa de fazer a mesma intervenção no Centro de Guarulhos geraria um caos viário, que afetaria a população de todo o município, sem alcançar os mesmos índices de tratamento.
Outros terrenos foram estudados, mas o Ministério Público não autorizou a instalação do equipamento, por causa de demandas do Parque Ecológico do Tietê. Questionado sobre a desvalorização dos imóveis em função das obras, o técnico garantiu que os impactos serão positivos, pois o equipamento terá baixo ruído e haverá neutralização dos odores.
De acordo com o analista de gestão da UGR Guarulhos, Samuel Camargo Neto, as estações de tratamento de esgoto de Guarulhos, subutilizadas até 2018, passaram a operar com eficiência, após a instalação de troncos coletores; a taxa de tratamento, em um ano e meio, teve um aumento exponencial, de 2% para 20%. As obras da nova estação de tratamento na Ponte Grande devem aumentar em 30% esse percentual.
O projeto deve ser votado amanhã, em sessão extraordinária, na Câmara Municipal.