Famílias vivem no terreno que pertence à Prefeitura de Guarulhos há mais de 40 anos
Uma reintegração de posse realizada na manhã desta quinta-feira (14) no Jardim das Oliveiras teve protesto dos moradores e acabou de forma truculenta. A Polícia Militar esteve no local para retirar as famílias e lançou bombas contra os manifestantes. Durante a ação, a secretária estadual de Mulheres do PT e pré-canditada à vereadora de Guarulhos pelo partido, Fernanda Curti, foi presa e levada para o 9º DP. Ela tentava junto com os moradores impedir a ação.
O terreno alvo da reintegração pertence à Prefeitura de Guarulhos. No entanto, há famílias que vivem há mais de 40 anos no local. Em 27 de fevereiro, houve uma tentativa de retirar os moradores que culminou em protesto na sede da prefeitura, no Bom Clima.
De acordo com a assessoria de Fernanda, ela se encontra detida sob acusação de obstrução de via e depredação do patrimônio público e está acompanhada pelos advogados. Eles aguardam o delegado. “Ambas alegações são inverídicas”, diz a equipe. A reintgração foi suspensa.
Fernanda postou vídeo em seu perfil na rede social no momento da prisão.
A Prefeitura de Guarulhos afirma que a desocupação é fruto de decisões judiciais em relação a áreas particulares do Jardim das Oliveiras. Há uma ordem judicial para desocupação de lotes invadidos e contratos rescindidos por inadimplemento contratual junto aos proprietários. A Prefeitura não atua nesse feito. “Há, ainda, uma ação civil pública apontando que o loteamento foi parcialmente feito em área de proteção permanente sobre a qual há ruas e lotes, havendo também determinação de desocupação dessas áreas”, finaliza.
O diretório estadual do PT-SP emitiu uma nota de repúdio sobre a prisão de Fernanda Curti.
“O Partido dos Trabalhadores repele mais uma vez o comportamento arbitrário, antidemocrático e violento da PM e se solidariza com as famílias do Jardim das Oliveiras II neste momento tão difícil na luta e defesa pela moradia em Guarulhos”.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) não respondeu aos questionamentos do GRU Diário.