Cidade é a segunda do Estado com mais beneficiados. Número de assistidos é seis vezes maior do que Bolsa Família
Embora muitas pessoas ainda não tenham recebido ou conseguido a aprovação do benefício, a primeira parcela do auxílio emergencial já foi paga para 302.525 guarulhenses entre abril e maio deste ano. O levantamento foi feito pelo GRU Diário com base em dados disponibilizados pela Brasil.io, retirados do portal de transparência do Governo Federal.
A cidade é a segunda do Estado a ter mais beneficiados pelo programa, atrás apenas da Capital, que teve 2.674.220 pagamentos do auxílio durante o mesmo período. Para se ter uma ideia, o número de assistidos na cidade é seis vezes maior que o de atendidos pelo Bolsa Família (48.808 em abril), que neste caso também integram as estatísticas do auxílio emergencial.
Em Guarulhos, 247.073 pessoas receberam o valor de R$ 600, enquanto 55.452 receberam a quantia de R$ 1,2 mil, pago para mães e chefes de família Oportunidades são para trabalhar no Taboão. Com maior população entre todas as cidades do Alto Tietê e da Grande São Paulo (veja ranking no final da reportagem), já era de se esperar que Guarulhos tivesse uma cobertura maior do benefício. Mesmo em Campinas, cidade com maior similaridade populacional, o número de beneficiados é menor, com 216.742 pagamentos referentes a primeira parcela.
De acordo com a professora de economia da Fatec de Cotia, Nilza Aparecida dos Santos, a alta taxa de informalidade explica o tamanho da necessidade do auxílio emergencial pelos guarulhenses.
Segundo dados do IBGE de 2017, em Guarulhos, quase 360 mil pessoas estavam ocupadas, ou seja, possuíam um trabalho formal, o que representa apenas 26,6% da população total.
“Isso significa que temos uma informalidade muito grande. O auxílio emergencial veio para atender principalmente o trabalhador autônomo e isto reflete nos dados de Guarulhos”, explicou a economista, que ressaltou que o cenário brasileiro na economia já era negativo.
Questionada se os valores seriam suficientes para atender as demandas do cidadão, visto que de acordo com o IBGE o salário médio do guarulhense é de três salários mínimos (R$ 3.135), a economista afirmou que o valor pode não ser suficiente, mas é necessário.
“O auxílio vai cobrir as primeiras necessidades e manter o mercado girando. É claro que o valor não supre toda a necessidade, principalmente para quem paga aluguel, mas se tirar é pior, porque é isso que vai manter a economia girando e este dinheiro retorna ao governo”, afirmou Nilza.
Vale ressaltar que a reportagem não teve acesso ao total de pedidos de auxílio emergencial feito na cidade. Estes dados referem-se apenas aos que foram aprovados. A reportagem do GRU Diário já noticiou que muitos guarulhenses que necessitam destes valores não conseguiram receber.