Deputado tentou apresentar atestado de cefaleia (dor de cabeça) para evitar o uso do acessório
A Polícia Federal foi chamada por funcionários da Gol para impedir que o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) embarcasse sem máscara em um voo no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, em Cumbica, na terça-feira (26). O item é obrigatório para todos os passageiros por conta da pandemia da covid-19.
O deputado tentou justificar o ato ao apresentar um atestado médico com dispensa do uso de máscara por conta de uma cefaleia (doença crônica). Ele tinha chegado do Rio de Janeiro e esperava um voo para Brasília.
Silveira insistiu em não usar o acessório, discutiu com os funcionários da companhia aérea e perdeu o voo. A viagem dele foi remarcada para esta quarta-feira (27).
Em um vídeo feito pelo deputado, já em Brasília, ele chamou a máscara de “focinheira ideológica” e criticou a atitude da Gol. Ressaltou ainda que pretende processar a companhia.
“O que mais me incomodou nessa história toda foi a militância absurda de uma empresa, que está indo de encontro a uma lei, em detrimento de outra federal. Ela está seguindo leis municipais e estaduais, e a federal não está sendo seguida.”
De acordo com o deputado, ele estava amparado pela lei 14.019, de julho de 2020, que afirma que o uso de máscara “será dispensado no caso de pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual, com deficiências sensoriais ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado de máscara de proteção facial, conforme declaração médica, que poderá ser obtida por meio digital, bem como no caso de crianças com menos de 3 (três) anos de idade“.
Silveira disse ainda que uma funcionária da Gol cometeu crime de calúnia contra o chefe de gabinete dele.
“O que acontece é que ele estava se locomovendo para o avião. E, quando ele estava entre uma porta e outra, ela fechou. Ele segurou a porta e disse : ‘Não. estou entrando, ué. Por que você está fechando na minha cara?’. Ela começou a ir pra cima dele: ‘Vai me bater? Vai me agredir?’. E começou a dizer que estava sendo agredida”, contou o deputado.
Silveira ficou conhecido por ter quebrado a placa de uma rua, com nome de Marielle Franco, durante as eleições de 2018. O nome da rua era uma homenagem a vereadora do Rio de Janeiro, executada a tiros em março do mesmo ano.