Deputado e irmão da vítima, Márcio Nakashima afirmou que a OAB corrige erro histórico ao retirar Bispo de seu quadro
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo decidiu excluir o registro profissional de Mizael Bispo, condenado há mais de 20 anos pelo assassinato da ex-namorada Mércia Nakashima, em 2010, em Guarulhos.
A decisão da OAB foi tomada pela 1ª Turma da Câmara do Conselho Federal da Ordem e publicada no Diário Eletrônico da instituição nesta terça-feira (3), na qual afirma que o ex-policial militar descumpriu artigos do Estatuto da Advocacia.
O processo de exclusão de Mizael se arrastou por mais de 10 anos e ele tentou, ao menos três vezes, apresentar recursos para conseguir manter seu registro.
Deputado estadual pelo PDT e irmão da vítima, Márcio Nakashima comemorou a decisão, embora a considere tardia.
“Essa era uma luta minha, da minha família, do incansável promotor dr. Rodrigo Merli e do assistente de acusação, dr. Alexandre Sá Domingues, desde a condenação, em 2013. Não é admissível que a OAB mantivesse um criminoso em seus quadros lado a lado com profissionais honestos”, afirmou Nakashima em suas redes sociais.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Bispo. Essa não é a primeira vez que Bispo perde algum status relacionado a seu currículo profissional. Em abril de 2022, o Tribunal de Justiça Militar determinou a perda da patente e devolução da carteira funcional de Bispo, que é cabo reformado da Polícia Militar.
Apesar da perda de patente, Bispo continua a receber a aposentadoria sob justificativa de que os crimes ocorreram após ele já ter se retirado do trabalho por invalidez após perder o dedo de uma das mãos.
Atualmente, Bispo cumpre regime semi-aberto pelo crime cometido.