Teresinha Dotto, dona do Paris Buffet, em Guarulhos, inova negócio em período de isolamento social.
O balcão da loja agora é o WhatsApp. Os produtos novos não estão mais na vitrine, mas no feed do Instagram. A sala de reuniões é o Zoom, e os pedidos não param de chegar nos apps de entrega. Entre os itens de segurança, um túnel de desinfecção.
Parece ficção científica, mas essa é a nova realidade dos pequenos negócios durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, que fez com que lojas, escritórios, hotéis e indústrias tivessem de fechar as portas para o público por um tempo e passassem a contar com a tecnologia para reinventar a forma de trabalhar.
Pesquisa recente do Sebrae sobre os impactos da covid-19 nos pequenos negócios mostra que 32% das empresas estavam funcionando em maio utilizando ferramentas digitais. Mas, quando a “normalidade” começar a voltar, quais dessas novidades vão passar a fazer parte do dia a dia das empresas?
Para a empreendedora Teresinha Dotto, proprietária do Paris Buffet, em Guarulhos, a crise provocada pela Covid-19 fez com que ela tivesse de migrar, quase que da noite para o dia, do analógico para o digital. “O setor de eventos foi a primeiro a ser prejudicado e vai ser o último a retomar. Eu não tenho expectativa de voltar a funcionar antes de 2021”, diz.
Por acaso, ela estava no meio de um curso de marketing digital no Sebrae-SP quando a pandemia chegou ao Brasil, e aproveitou para colocar as ideias em prática: criou uma linha de marmitas fitness e kits para festa em casa e passou a apostar as fichas nas redes sociais.
Agora, além de cozinhar e cuidar do negócio, que existe há 25 anos, Teresinha cria conteúdo para redes sociais, onde posta receitas, faz tours virtuais no salão do buffet de olho em futuros clientes e anuncia seus pacotes de refeições.
“Eu sempre pagava para alguém fazer as redes sociais para mim, era um mundo desconhecido, mas eu não quero deixar a empresa sumir, eu preciso estar em contato sempre com o meu cliente”, conta.
As vendas online hoje correspondem a 10% do faturamento que a empresa tinha na época em que o espaço para 150 pessoas ainda estava aberto, e nesse período Teresinha teve de demitir seus três funcionários, mas o contato próximo com os clientes está apontando para novos caminhos.
A empreendedora conta que está expandindo a clientela das marmitas e que novos negócios estão surgindo – uma empresa, por exemplo, a contratou para fornecer kits de comes e bebes juninos para uma festa corporativa virtual.