Zelidio Barbosa de Lima, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto no Estado de São Paulo afirmou ao GRU Diário que antes do incêndio ocorrer na ocupação Nova Vitória, no Jardim São João, o movimento já recebia ameaças. Pelo menos 200 famílias ficaram desabrigadas.
“Já faz uns meses que recebemos mensagens que este povo tem que sair daqui e a gente nunca levou a sério porque tinha um preconceito. Como aconteceu, nós entendemos que isso aqui foi maldade mesmo, mas a gente não tem provas e por isso não vai apontar ninguém”, disse Zelidio.
De acordo com Zelidio, muitas pessoas não querem os ocupantes no local. “O Estado não quer a gente aqui, o aeroporto não quer a gente, são pessoas que querem que a gente saia daqui. Além da própria dona do espaço, a Vasp, não quer a gente aqui”.
Zelidio afirmou que mesmo diante da situação o movimento não será intimidado. “Nós fazemos o que o Estado não faz”, disse.
O movimento agora busca doações para as famílias que ficaram desabrigadas e para reconstruir as moradias destruídas.
De acordo com o jornalista Guto Tavares, que esteve na região, já há uma grande solidariedade da população.
“Há um caráter muito solidário, um entra e sai danado, de roupas e alimentos, mas a prioridade é madeirite, telha, pontalete, prego e martelo para reerguer as moradias. É uma situação que pede muito sensibilidade e que chama a atenção para uma situação precária de moradia e uma falta de política pública voltada ao tema”, disse Tavares.
As doações podem ser feitas na própria ocupação, na Rua Mamanguape, no Jardim São João, próximo ao final do Terminal São João.
As sedes do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, na Rua Leonardo Vallardi, 203, no Jardim Gumercindo, e a sede do Partido dos Trabalhadores, na Travessia Guimarães, 26, no Jardim Madeirense, ambas no Centro, também são pontos de doações.
Quem se sensibilizar com a situação também pode fazer doações na ocupação Hugo Chaves, no Jardim Ponte Alta, próxima ao final da Rua Edmar Bressan.