A decisão do presidente argentino, Alberto Fernández, de manter as fronteiras do país fechadas por mais 15 dias, como medida de combate ao novo coronavírus, teve um impacto direto na vida do motociclista guarulhense Marcio Volpi, que está na passagem em Chile Chico, no Chile, a 4 km da fronteira com os hermanos há praticamente um mês.
O GRU Diário publicou a primeira parte da saga da espera de Volpi pela abertura da fronteira no dia 22 de março.
Volpi, de 43 anos, saiu de casa no dia 2 de março com destino a Ushuaia, no extremo Sul da Argentina, e quando chegou na ligação entre Chile e Argentina não conseguiu seguir em frente devido ao fechamento das fronteiras argentinas para contenção da transmissão do Covid-19.
Inicialmente, a passagem ficaria fechada até o dia 31, mas com o aumento de casos da doença pelo mundo o prazo foi prorrogado e Volpi teve de se arrumar em um hostel na região.
Na atual situação, ele tenta negociar um desconto com a proprietária do local para conseguir se manter hospedado.
“Tenho cama, água quente, internet, mas se eu não conseguir este desconto vai ser bem difícil permanecer no hostel, vou ter que acampar em barraca e aqui venta demais, faz frio”, explicou.
Volpi é casado, tem uma filha de 13 anos, um pai de 70 anos e uma avó com 90.
“Está todo mundo muito aflito com a situação”.
Ele faz parte do motoclube Falcões Raça Liberta, e contou que recebeu várias mensagens de apoio e até mesmo ofertas de ajuda financeira e de hospedagem.
“Perguntaram se eu estava bem instalado, se eu precisava de alguma coisa financeiramente, arrumaram contatos para eu ter onde ficar, mas eu tô muito isolado aqui, é difícil se locomover”, explicou.
Uma das possibilidades de deixar o Chile seria ir a Santiago, a 1,8 mil km de distância, um caminho que exigiria duas viagens de balsa e ainda o faria ter que abandonar a moto, uma Honda 500X, no Chile.
Volpi disse que entrou em contato com o consulado brasileiro, que informou tentar improvisar um voo de resgate em Santiago.
“Eles estão tentando viabilizar um voo de resgate, mas para isso tem que estar todo mundo em Santiago e as despesas para chegar até lá são de cada um”, contou.
“Muitas vezes quem está na estrada, principalmente de moto, de barraca, não tem condição de pagar uma passagem, é complicado”, complementou.
Embora a situação não seja das melhores, o motociclista acredita que se as fronteiras se abrirem no dia 13 de abril, ele consegue completar a viagem. “Eu pretendo voltar por terra”, contou.
“A partir do momento que eu conseguir entrar na Argentina eu tenho 2,8 mil km para chegar ao Brasil. Se eu não tiver nenhum problema de abastecimento eu consigo fazer este percurso em três dias, mas se eu tiver algum contratempo com abastecimento aí vai para cinco, seis, sete dias”, concluiu o motociclista.
O GRU Diário segue acompanhando a trajetória de Volpi.