Jornalista foi uma vítima da covid-19
O jornalista Alípio Freire morreu na sexta-feira (23) em decorrência da covid-19, em São Paulo, após ter ficado mais de um mês internado. Ele foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), integrou a Ala Vermelha, grupo dissidente do PCdoB, e fez parte do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Torturado na ditadura militar, Alípio teve grande atuação em Guarulhos. Ele foi um dos responsáveis pelo jornal Repórter de Guarulhos, informativo que fazia cobertura dos movimentos sindicais e de resistência dos trabalhadores. Também ia às fábricas do município entregar panfletos contra os militares e a iniciativa privada.
Em 1969, ele estava na Ala Vermelha, no segmento armado da organização. O grupo realizava assaltos a bancos para financiar as ações de resistência. Pela ideologia do grupo, as ações eram “expropriações”.
Em 29 de setembro daquele ano, Alípio participou de um assalto ao Banco Minas Gerais, no Jardim Tranquilidade, em Guarulhos. Dois dias depois, foi preso e torturado no Dops, em São Paulo. De lá, foi encaminhado ao Presídio Tirandentes, onde saiu apenas em 1974.
A história de Alípio em Guarulhos está no livro “Os Anos de Chumbo em Guarulhos – Uma História Não Contada”, do jornalista Wellington Alves.
Alípio deixa mulher, três filhos e netos.