Alfredinho morreu aos 90 anos e foi um dos injustiçados na cidade no período de exceção no país
O ex-prefeito de Guarulhos, Alfredo Nader, morreu neste domingo (27) aos 90 anos. A causa do falecimento não foi divulgada. Ele foi enterrado nesta segunda-feira (28) no cemitério Primavera 1, no Taboão. Alfredinho, como era conhecido, comandou a cidade em 1970, mas foi deposto por intervenção do então presidente da República, Emílio Médici, por não integrar a Arena, partido que era comandado pelos militares. O país vivia sob a ditadura militar.
À época, a maioria dos secretários de Nader foi deposto e obrigado a prestar esclarecimentos ao DOI-Codi, a polícia política. Ele foi substituído pelo interventor Jean Pierre Herman de Moraes Barros, também por decisão de Médici. Anos depois, Alfredinho foi inocentado das supostas acusações de irregularidade em uma licitação anos depois pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, mas já quando não poderia retornar ao cargo. Em 2013, a Comissão da Verdade da Câmara Municipal restituiu simbolicamente o título de prefeito para ele.
Além da breve passagem pelo Executivo, Alfredinho foi vereador por três mandatos: duas vezes na década de 1960 e novamente nos anos 1980. Antes de se candidatar ao cargo de prefeito, também atuou como vice-prefeito de Waldomiro Pompêu.
Em nota, o presidente da Câmara Municipal, Fausto Miguel Martello (Republicanos), lamentou “profundamente” o falecimento de Nader e expressou suas condolências à família e aos amigos.
Nascido em 15 de dezembro de 1934, no bairro Gopoúva, Alfredo Nader era filho do comerciante Antônio Nader e da dona de casa Catarina Nader. No ano de 1963, casou-se com a advogada Emília Lutfi, com quem teve três filhos. Na adolescência, trabalhou no restaurante do pai. Com 21 anos, abriu seu próprio escritório de contabilidade. Posteriormente, formou-se em Direito e iniciou sua trajetória política.
