Medida gerou indignação entre políticos brasileiros, que consideraram um desrespeito ao SUS
O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou, em entrevista à revista Veja, que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se vacinou nos Estados Unidos contra a covid-19.
“Tomar vacina é uma decisão pessoal. Minha mulher, por exemplo, decidiu tomar nos Estados Unidos. Eu não tomei”, disse Bolsonaro.
Entretanto, Bolsonaro disse que no caso da filha Laura, de 10 anos, deveria haver uma discussão sobre a vacinação.
“Nos Estados Unidos, minha esposa veio conversar comigo sobre tomar ou não a vacina. Dei a minha opinião para ela. Não vou falar qual foi a minha opinião, mas ela tomou a vacina. Ela é maior de idade, tem 39 anos, sabe o que faz. Agora, se for para vacinar a Laura, com 10 anos de idade, nós vamos conversar e decidir se vacina ou não”, disse o presidente sem informar data ou dar mais informações sobre a vacinação da primeira-dama.
A vacinação da primeira-dama gerou certa indignação no meio político e científico brasileiro:
“Primeiro, ela está de parabéns por ter se vacinado. A vacina salva. Fez a coisa correta. Isso é nota 10. Nota zero, porque a vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando, para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca pra fora”, disse o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da covid-19 ao G1.
“Se confirmada, é uma notícia que mostra desprezo com o SUS e com os brasileiros. Demonstra falta de confiança no sistema universal de saúde, acessível a todos os brasileiros”, afirmou o epidemiologista Pedro Hallal, também ao G1.
Na assembleia-geral da ONU, Bolsonaro é o único líder mundial que afirmou não ter vacinado até o momento. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e cumpre quarentena contra a doença em Nova York.