Utilizada em mais de 60 países, vacina não foi aprovada pela Anvisa e aguarda nova avaliação
Um lote com 100 mil doses da vacina russa, contra a covid-19, a Sputnik V, produzida com ingredientes ativos e tecnologia fornecidos pela Rússia e envasado em na Inovat, fábrica da União Química em Guarulhos, será exportado, provavelmente, para a América Latina.
Apesar de ser utilizada em mais de 60 países, a vacina russa não conseguiu aprovação para uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Em nota divulgada no dia 26 de abril, a agência afirmou que “foram identificadas falhas no desenvolvimento do produto, em todas as etapas dos estudos clínicos (fases 1, 2 e 3). Também há ausência ou insuficiência de dados de controle de qualidade, segurança e eficácia. Uma das informações preocupantes com relação à avaliação dos dados disponíveis até o momento é que as células onde os adenovírus são produzidos para o desenvolvimento da vacina permitem sua replicação. Isso pode acarretar infecções em seres humanos, podendo causar danos e óbitos, especialmente em pessoas com baixa imunidade e problemas respiratórios, entre outros problemas de saúde”.
À Reuters, Fernando Marques, executivo-chefe da empresa, disse que o Paraguai, Uruguai e Argentina estão interessados em adquirir as doses e que a empresa tem capacidade de produzir 8 milhões de doses por mês, quando a Anvisa aprovar o uso da vacina no Brasil.
A vacina deve passar por uma nova análise da Anvisa e o Executivo espera que a aprovação aconteça até junho para que a companhia possa produzir o ingrediente ativo no laboratório biomédico em Brasília ao invés de importá-lo da Rússia.