As antenas foram instaladas na rota de aeronaves do Aeroporto Internacional de Guarulhos e de Congonhas
A Justiça Federal de Guarulhos autorizou a operação “Céu de Brigadeiro e Pouso Seguro” contra rádios clandestinas, na manhã desta segunda-feira (21), na qual foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão. Os trabalhos foram realizadas pela Polícia Federal com o apoio da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) que apreenderam diversos cabos, transmissores, celulares e computadores utilizados nas práticas criminosas.
“As rádios FM clandestinas muitas vezes causam interferências na radiocomunicação aérea, impedindo ou dificultando a comunicação entre as torres de controle dos aeroportos e as aeronaves que desejam pousar nesses locais”, alerta a PF.
Nos casos investigados as antenas das rádios clandestinas estão localizadas de forma estratégica em áreas de mata fechada, na zona norte de São Paulo, e na divisa desta com a cidade de Mairiporã, por serem regiões montanhosas que facilitam o alcance das rádios por toda a metrópole e cidades vizinhas.
“Essas regiões são de difícil acesso e utilizadas há décadas pelos criminosos, os quais dificultam cada vez mais as frequentes ações de fiscalização da Anatel com o apoio das forças de segurança, ocultando os equipamentos ou instalando-os nas copas das árvores”, explica a PF.
Essa localização privilegiada das antenas é justamente a rota de aeronaves que decolam e pousam dos principais aeroportos da região metropolitana (Cumbica-Guarulhos, Congonhas e Campo de Marte). Por isso, é comum serem detectadas pelas torres de controle interferências causadas pelas rádios clandestinas instaladas nesses locais.
Além dos crimes de exposição à perigo a navegação aérea – e fazer operar os serviços de radiodifusão sem autorização – os autores identificados poderão responder pelos crimes de organização ou associação criminosa, danos ambientais (destruição ou dano de floresta ou de vegetação do Bioma Mata Atlântica) e furto de energia elétrica.
Os mandados são cumpridos nas cidades de São Paulo, Mairiporã e Praia Grande. Os presos serão recolhidos na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde serão interrogados sobre os fatos, afirma a PF.