Competição foi realizada pelo Cempics e pelo CME Júlio Fracalanza
O Cempics (Centro Multiprofissional de Práticas Integrativas e Complementares da Saúde) na manhã de quarta-feira (23) foi palco do primeiro Torneio de Dominó Angelina Diamante Murad, uma cerimônia marcada pela diversidade e integração entre gerações e pela consideração da memória e da convivência. O evento homenageou a usuária do centro que, ao completar 90 anos em 2024, idealizou a atividade realizada pelo Cempics e pelo CME Júlio Fracalanza.
“Eu comentei com a Denise, gerente do Cempics, que seria muito bom ter um torneio aqui. Aí ela passou para o pessoal e fizeram uma surpresa. Eu não sabia que ia acontecer até iniciarem a divulgação. Tô muito feliz! Feliz da vida. Eu participava sempre. Na semana do idoso ganhava medalha. Eu participo de muitas atividades aqui com essas meninas maravilhosas que me acolheram com muito carinho”, narrou emocionada Angelina, protagonista da homenagem e participante da competição.
Abriu-se o campeonato para pessoas a partir dos 18 anos e contou com 28 participantes. Mesmo que a atividade seja voltada ao público adulto em geral, o mais jovem entre os competidores tinha 37 anos.
“Tivemos jogadores com diferentes perfis, incluindo pessoas idosas, pessoas com mobilidade reduzida, com deficiência visual e do espectro autista. É um projeto de inclusão por meio do dominó”, ressaltou Carlos Alberto de Oliveira Machado, professor de educação física do CME Júlio Fracalanza, que ajudou a organizar o evento.
A companheira de Angelina na competição, Aiko Nakamura, de 63 anos, destacou a necessidade de atividades acessíveis.
“Eu acho que sou a primeira pessoa com deficiência visual (baixa visão) que vem fazer atividade aqui no parque. Eu fui muito bem acolhida e espero que isso ajude mais pessoas a virem. A importância de a gente estar em atividade coletiva é enorme”, disse a participante, que também integra o projeto Peis (Práticas Educativas para Inclusão Social), da Subsecretaria de Acessibilidade e Inclusão.
Mesmo sem alcançarem a final, Angelina e Aiko foram muito bem representadas pela dupla Sônia Maria Ferreira Hilário, 74, e Delma Silva Zerbinatti, 72. Embora não tenham conquistado o primeiro lugar, elas deram bastante trabalho aos vencedores do torneio, Vanderlei Laercio Santana, 61, e Luiz Barsotti, 79.
“Valeu a pena a gente participar, interagir com as outras pessoas. Foi uma experiência muito boa. Gostaria de participar mais vezes, todo ano, se tiver”, disse Delma, uma das vices-campeãs.
“Espero que tenha sempre, pra gente poder vir se divertir. É muito agradável estar com o pessoal, numa boa, jogando” , ressaltou o campeão Luiz.
Os quatro finalistas frequentam de forma usual o CCI (Centro de Convivência do Idoso) Gopoúva.
“Jogamos no CCI toda terça e quinta-feira, das 13h às 17h, sem parar. Eu, o seu Luiz e as vices-campeãs”, relatou Vanderlei, o outro campeão.
Campeões e as vice-campeãs ganharam um kokedama criado especialmente para o torneio pela arquiteta Stella Nakao, sendo uma premiação especial. A ideia surgiu depois do sucesso da oficina de kokedama feita no mês anterior no Cempics, que teve grande repercussão positiva entre os participantes. Além de representar o cuidado e o vínculo coletivo cultivado durante o torneio, o kokedama também transmite a mensagem da sustentabilidade, por ser feito com elementos naturais, em harmonia com o ambiente do parque, e ainda trazer o valor do artesanato como prática presente nas atividades educativas e de convivência promovidas pelo Cempics.
Os finalistas também receberam medalhas pela competição e todos os participantes ganharam medalhas de participação, como forma de valorizar e celebrar a presença de cada um.
Ao fim do evento, a equipe organizadora celebrou não apenas o sucesso da competição, mas o envolvimento dos participantes.
“Embora haja apenas dois campeões, todos saíram vitoriosos por terem deixado o conforto de suas casas, o quentinho de suas camas, e topado viver um momento de troca, acolhimento e alegria coletiva”, disse Denise Castanho Antunes, gerente do Cempics.