Estado afirma que irá priorizar atendimento de casos graves e gravíssimos; pacientes são orientados a procurar UPAs e UBS
O pronto-socorro do Hospital Geral de Guarulhos (HGG) irá atender apenas casos graves e gravíssimos a partir de 1 de fevereiro, segundo determinação do governo do Estado de São Paulo, de João Doria. Pacientes que são levados por ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) passam a ter prioridade no atendimento do pronto-socorro.
O HGG fica na Alameda dos Lírios, 300, no Parque Cecap, e atende os 10 municípios do Alto Tietê, incluindo Guarulhos.
Os pacientes estão sendo orientados a procurar as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) – em casos pressão, febre alta, fraturas, dor, infarto e derrame – e UBS (Unidade Básica de Saúde) nos casos de aplicação de vacinas, injeções, trocas de curativos e consulta com dentista.
Atualmente, Guarulhos conta com quatro UPAs (UPA São João Lavras, UPA Paulista, UPA Cumbica e UPA Taboão) e cinco unidades de Pronto Atendimento (PA) (PA Alvorada, PA Bonsucesso, PA Maria Dirce, PA Jardim Dona Luiza e PA Paraventi)
A mudança pegou de surpresa os pacientes. Eles se depararam com um banner colocado no hospital informando sobre a mudança e para onde ir quando precisar do pronto-socorro do HGG.

A decisão também preocupa os funcionários. “Não vai existir mais pronto-socorro. O único lugar que vai ter atendimento será nos postos de saúde e nas UPAS”, afirmou uma funcionária.
A Secretaria de Estado da Saúde informou, por meio de nota, que tem atuado para salvar vidas e combater a pandemia de covid-19. “Com o recrudescimento da doença, o pronto-socorro do Hospital Geral de Guarulhos passa por readequação de seu perfil e intensificará a realização da triagem por classificação de risco e orientará os pacientes também sobre a disponibilidade de outros serviços de saúde da rede primária de saúde, apropriados para casos mais leves. A medida visa priorizar o atendimento a casos graves e gravíssimos nos hospitais mais capacitados e equipados, como é o caso do HGG, que atende pacientes com covid-19, contando inclusive com 35 leitos de enfermaria e 40 de UTI dedicados exclusivamente a esta finalidade”.
Em nota, a Prefeitura de Guarulhos disse não ser a favor da decisão e avalia que a nova medida irá impactar os serviços de saúde da cidade. A prefeitura não informou quando soube da decisão do HGG de restringir o atendimento no pronto-socorro nem se haverá mudanças no atendimento das UPAs e PAs para absorver a nova demanda de pacientes.
Confira a nota na íntegra
“A Secretaria Municipal de Saúde de Guarulhos esclarece que não concorda com a decisão do Governo do Estado em referenciar o atendimento dos hospitais estaduais a partir de 1º de fevereiro, apesar de entender que a medida se justificaria caso o Brasil não estivesse enfrentando a pandemia do novo coronavírus.
A adoção da medida impactará diretamente no aumento expressivo da demanda de pacientes nas unidades municipais de pronto atendimento (4 UPAs e 5 PAs) do município, além dos três hospitais municipais e nas UBS.
Isso ocorre em um momento em que Guarulhos enfrenta um crescimento quatro vezes maior na procura da população por serviços médicos, sobretudo relacionados a síndromes respiratórias, incluindo a Covid-19.
Pesará ainda mais sobre o município esse previsível aumento na demanda, já que o Estado não oferece em Guarulhos nenhum tipo de atendimento do gênero. Ou seja, apesar de entender que os hospitais, sejam eles estaduais ou municipais, não devam ser utilizados para atendimentos menos complexos, que não se configurem como emergência médica, a Secretaria alerta para uma situação crítica nos serviços prestados à população”.
