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Felca mostra o lado podre do conteúdo infantil nas redes: quando a infância é vendida como produto

Vídeo de Felca denunciando adultização
Foto: Youtube
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Vídeo do influenciador Felca expõe rede de exploração, adultização e descaso com o bem-estar infantil no Brasil. Imagens de crianças viralizam e atraem predadores, com vista grossa das plataformas.

O vídeo publicado por Felca no YouTube, intitulado “O lado podre do conteúdo infantil”, traz à tona uma realidade indigesta: crianças sendo expostas, adultizadas e até mesmo sexualizadas em redes sociais — e tudo isso muitas vezes com o consentimento (ou omissão) dos próprios pais. Em pouco mais de 25 minutos, o criador costura uma denúncia robusta, com nomes, prints e dados assustadores que mostram como o algoritmo se torna um funil que atrai predadores da internet. O vídeo postado já ultrapassou mais de 28 milhões de visualizações na plataforma.

Entre os exemplos mais graves estão vídeos com crianças em trajes de banho, dançando ou em situações cotidianas expostas publicamente. Mas o problema não é só a postagem — é o tipo de engajamento que esses conteúdos recebem. Comentários como “não estou com fome, já fui comida hoje” ou “eu ficaria com ela agora” surgem em vídeos inocentes, transformando redes sociais como o Instagram e o TikTok em pratos cheios para criminosos.

Felca menciona casos emblemáticos como o de Hytalo Santos e Kamylinha, que protagonizam vídeos repletos de conteúdo de gosto duvidoso. Frases como “perdi a virgindade”, “dorme sem roupa com o namorado” ou “implante de silicone aos 17 anos” aparecem em publicações que viralizam entre adolescentes e adultos. A fronteira entre o público e o privado desaparece, e o que deveria ser apenas uma brincadeira se transforma em moeda de troca em grupos de Telegram, onde GIFs de conotação sexual e conteúdo CPS (Child Pornography Sharing) circulam livremente.

Crianças como produto

O vídeo também chama atenção para a adultização precoce, com pais que colocam os filhos como empresários mirins, explorando um “espírito empreendedor” sem noção dos limites emocionais e psicológicos. Muitas vezes, isso leva à depreciação da imagem, depressão, e quebra de confiança que pode marcar a vida adulta dessas crianças.

A exposição constante, desde bebês, é agravada pela falta de regulamentação eficaz: segundo psicólogos entrevistados por Felca, até os 2 anos de idade não é recomendada nenhuma tela. No entanto, pais filmam momentos íntimos dos filhos — incluindo banhos e situações vulneráveis — e publicam em redes abertas. “Isso foi bobo” é a justificativa comum, mas o impacto pode gerar traumas profundos e afetar a formação da identidade da criança.

Dados alarmantes

  • O Brasil é um dos países com maior volume de denúncias de conteúdo de abuso infantil online.
  • O Instagram aparece como um dos principais meios de disseminação e troca de material sensível, com grupos no Telegram servindo como hubs de compartilhamento.
  • O próprio sistema de recomendação algorítmica das plataformas digitais incentiva o consumo desse tipo de conteúdo, tornando-o mais visível para pessoas mal-intencionadas.
  • Em alguns casos, mães utilizam perfis das filhas para responder a mensagens de cunho sexual, lucrando com engajamento.

Vista grossa e responsabilização

Apesar das denúncias e da repercussão do vídeo — que já ultrapassa centenas de milhares de visualizações —, ainda há uma cultura de vista grossa em torno do tema. Plataformas ignoram ou demoram a agir. Pais continuam expondo. Seguidores continuam consumindo. E, enquanto isso, crianças perdem a infância, tornando-se produtos públicos para uma audiência que não deveria estar ali.

Na era da inteligência artificial e dos algoritmos, o debate sobre o que é público e o que é privado nunca foi tão urgente. A exposição de traumas de infância como entretenimento precisa ser confrontada. É preciso discutir limites, ética, e sobretudo, proteção real para os menores de idade nas redes.

Foi instaurado um inquérito policial envolvendo a adolescente Kamylinha Santos, que recentemente deixou de morar com a mãe e passou a viver com a avó. O caso está sob investigação do Conselho Tutelar, e há indícios suficientes para apuração formal de possível negligência, exploração ou exposição indevida de menor nas redes sociais.

A investigação permanece em aberto, e as autoridades ainda apuram o grau de responsabilidade dos responsáveis legais e o impacto da exposição pública da jovem, que aparece em conteúdos com forte conotação adulta e frases de natureza sexual.

Se você testemunhar ou suspeitar de conteúdo de abuso infantil online, denuncie imediatamente nos canais oficiais:

  • Disque 100 (Ministério dos Direitos Humanos)
  • SaferNet Brasil (https://new.safernet.org.br/)
  • Plataformas digitais (Instagram, YouTube, TikTok)

Confira o vídeo do Felca no Youtube:

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