Albertão se destacou por ser combativo na oposição
O ex-vereador Edson Albertão morreu na madrugada desta terça-feira (24), no Hospital Municipal dos Pimentas-Bonsucesso, aos 66 anos. Ele teve complicações após sofrer um infarto e queda de moto na segunda-feira (23). Ainda não há informações de velório e sepultamento.
“Albertão deixa uma grande contribuição para as lutas do povo brasileiro, a quem dedicou sua luta e sua vida. Seu legado estará presente no futuro das próximas gerações. Uma grande figura, que fará falta”, afirmou o PT Guarulhos, em nota oficial.
Vereador por três mandatos, Albertão foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e se destacou pela oposição aos prefeitos Néfi Tales – cassado em 1998 – e Jovino Candido. Em 2005, deixou o PT para o Psol por causa do escândalo do Mensalão e se tornou oposição ao então prefeito Elói Pietá (PT).
Conhecido por ser combativo e por participar de movimentos populares, Albertão também lutou contra a ditadura militar na Casa de Cultura Paulo Pontes, na Vila Fátima, e na oposição sindical. No livro “Anos de Chumbo em Guarulhos – Uma História Não Contada”, ele contou que apanhou da polícia por participar de manifestações na década de 1980.
“Apanhei de um delegado e de um puxa-saco, que me deu um murro no estômago. Só davam borrachada. Na polícia, quase me mataram na borrachada”, comentou.
Albertão também tinha bom relacionamento com as Farcs (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Socialista convicto, ele não enriqueceu com a política. Em 2008, ficou em sétimo lugar na disputa pela Prefeitura de Guarulhos. Após deixar a Câmara, não voltou a ocupar cargos eletivos, nem comissionados. Ele retornou à rotina de professor e morava em um apartamento sem luxo no Parque Cecap.
O que poucos sabem é que Albertão não era ateu. Ele foi visto muitas vezes no fundo da Paróquia Santo Alberto Magno, na Cidade Seródio, nas missas de domingo à noite.
Sem nunca ficar alheiro à política, Albertão chegou a se filiar ao PCdoB antes de retornar ao PT. Para quem o conhece, ele deixa o exemplo de ser um “homem de luta” e “sonhador por uma sociedade mais justa e igualitária”.