Petista não se esquivou de perguntas sobre corrupção, chamou Bolsonaro de “bobo da corte” e falou sobre MST
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o terceiro presidenciável a participar da sabatina do Jornal Nacional, na noite desta quinta-feira (25). Lula se tornou o assunto mais comentado do mundo no Twitter atingindo mais de 1 milhão de menções, segundo a BuzzFeed. A entrevista ocupou 19 dos 20 temas mais comentados na mesma rede social, de acordo com O Globo.
Ainda segundo a Quaest Consultoria, 15 milhões de pessoas foram impactadas com postagens sobre a entrevista.
O petista não se esquivou de perguntas sobre corrupção, tema que iniciou a entrevista conduzida pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.
“Vamos começar falando de corrupção. O Supremo Tribunal Federal lhe deu razão, considerou o então juiz Sérgio moro parcial, anulou a condenação do caso do triplex e anulou também outras ações por ter considerado a vara de Curitiba incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à justiça. Mas houve corrupção na Petrobras e, segundo a justiça, com pagamentos a executivos da empresa a políticos de partidos como o PT, como o então PMDB, e o PP. Candidato, como é que o senhor vai convencer os eleitores de que esses escândalos não vão se repetir?”, indagou Bonner.
Lula responde que acha “importante você ter começado com essa pergunta” e falou que foi “massacrado” durante cinco anos.
“Bonner, primeiro eu acho importante você ter começado com essa pergunta. Porque durante 5 anos eu fui massacrado e tô tendo hoje a primeira oportunidade de poder falar disso abertamente ao vivo com o povo brasileiro. Primeiro, a corrupção ela só aparece quando você permite que ela seja investigada. Eu queria começar dizendo para você uma coisa muito séria: foi no meu governo que a gente criou Portal da Transparência , que a gente colocou a CGU como Ministro para fiscalizar, que a gente criou a lei de acesso à informação, a gente criou a lei anticorrupção, a lei contra o crime organizado, a lei quanto a lavage de dinheiro. AGU entrou no combate à corrupção, criamos o que é o Coaf para cuidar de movimentações financeira atípicas e colocamos um CAD para combater os cartéis. Ou seja, foram todas medidas tomadas no meu governo”, afirmou o candidato.
Entre os assuntos que foram abordados na entrevista que foram destaque na rede social estão o pedagogo Paulo Freire quando Lula falou sobre polarização.
“Tem uma frase do Paulo Freire que é fantástica, que eu utilizei para mostrar os militantes do PT a entrada de Alckmin no PT: ‘De vez em quando, a gente precisa estar junto com divergentes para vencer os antagônicos’. E agora nós precisamos vencer o antagonismo do fascismo, da extrema direita”, disse.
O MST (Movimento Sem Terra) que foi citado no tópico sobre o agronegócio e questionado por Renata Vasconcellos.
“O MST está fazendo uma coisa extraordinária, está cuidando de produzir. Não sei se você sabe, o MST hoje tem várias cooperativas. O MST é o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. Você tem que visitar uma cooperativa do MST, Renata, você vai ver que aquele MST de 30 anos atrás não existe mais”, respondeu Lula.
A expressão “bobo da corte” foi usada por Lula para falar sobre o presidente e candidato à reeliçaõ Jair Bolsonaro (PL).
“O Bolsonaro parece o bobo da corte, ele não coordena o orçamento, veja que engraçado: ele agora acabou de aumentar auxílio emergencial para R$ 600, correto? Ele queria R$ 200, a gente queria R$ 600. Ele mandou R$ 500, agora mandou R$ 600. Até quando? Até 31 de dezembro, porque na LDO que ele mandou pro Congresso Nacional agora não tem a continuidade. E ele então acaba de mandar LDO e vem aqui mentir e dizer: ‘não, eu vou continuar, eu vou continuar’. Você não vai continuar? Porque que ele não colocou ali diretrizes orçamentárias?”, falou.
Veja na íntegra a entrevista no Jornal Nacional: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/08/25/lula-pt-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml