Governador rebateu presidente, que afirmou que pandemia estava no fim
Nesta quinta-feira (10), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), subiu o tom contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que comentou que a pandemia do coronavírus está no “finalzinho”. Especialistas em saúde pública também fizeram coro às críticas.
“Presidente Jair Bolsonaro, salve vidas dos que o elegeram. Salve vidas dos que não o elegeram. Presidente, cada vida importa”, comentou Doria, que voltou a reclamar do Ministério da Saúde não comprar a Coronavac. O governo federal já assinou a aquisição da vacina da Oxford, mesmo sem ter eficácia comprovada – mesma situação do imunizante produzido pelo Instituto Butantan, em parceria com a Sinovac.
O secretário-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus, João Gabbardo, afirmou que a afirmação de Bolsonaro é equivocada. “Batemos mais de 50 mil casos por dia. Estamos perto de voltar a ter mil mortes diárias”, contou.
Para o coordenador do Centro de Contingência, José Medina, a chance de contágio neste momento é maior do que na primeira onda da pandemia. Ele sugere que as pessoas troquem o “Feliz Natal” pelo “Fique em Casa”. “Quem quiser visitar os pais e avós no Natal devem respeitar os protocolos sanitários, como uso de máscara, álcool em gel e pouco tempo de exposição”, explicou.
Já o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, alegou que a fala de Bolsonaro pode, erroneamente, incentivar as pessoas a deixarem de lado os cuidados de proteção contra a covid. “É fruto dessas falas que vemos as pessoas livres, como se nada estivessem acontecendo, em festas, encontros, bares, comércios de rua, de forma a colocar todos em risco, inclusive nosso sistema de saúde”, contou.