Evento trouxe dicas de implementação de métodos preventivos para minimizar o adoecimento e o afastamento de funcionários
A AEG (Associação das Escolas Particulares de Guarulhos) impulsionou uma discussão acerca da NR-1, Norma Regulamentadora que estabelece as disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho no Brasil. No evento digital ocorrido na última quinta-feira (17), os mantenedores das escolas relacionadas ouviram o especialista Lailson Lima, da Reinventando a Educação, sobre os propósitos, benefícios e riscos que as escolas enfrentam caso não estejam comprometidas com questões voltadas à segurança e saúde mental.
“Em um ambiente escolar, onde há pessoas tão distintas, é fundamental que a escola tenha um olhar voltado ao cuidado com o próximo. Estamos cientes de que a NR-1 é importantíssima para a segurança e saúde no trabalho, portanto um debate como este é de grande valia”, disse Michelle Guilhen, presidente da AEG.
No começo da exposição foram tratados os riscos ocupacionais, que são situações ou agentes no ambiente de trabalho que podem causar danos à saúde e segurança dos colaboradores colocados em evidência.
Também abrangem os riscos físicos, que podem revestir energia que pode afetar o corpo humano, como ruído, vibração, temperaturas extremas (calor ou frio), radiações (ionizantes e não ionizantes), os riscos químicos, relacionados à exposição a substâncias químicas que podem causar danos à saúde, seja por contato direto, inalação ou ingestão; os riscos biológicos, que envolvem a exposição a microrganismos patogênicos como bactérias, vírus, fungos e parasitas que podem causar doenças; e os riscos de acidentes, gerados por quedas, choques elétricos, incêndios, entre outros.
Ademais deles também foram referidos aos riscos ergonômicos, acarretados por condições de trabalho inadequadas para a saúde física e mental do colaborador, causando lesões por excesso de esforço, dores musculares, estresse, entre outros. Como forma de prevenção desses riscos são sugeridos a AEP (Avaliação Ergonômica Preliminar) para mapear futuros problemas e o PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), um grupo de procedimentos para avaliar, identificar e controlar os riscos ocupacionais.
“É preciso lembrar que, dentro desses riscos há também a ergonomia cognitiva, que envolve a saúde mental”, afirmou Lailson.
Questões relativas à saúde mental, como ansiedade, depressão e burnout, foram algumas das mencionadas, sendo que fatores como a pressão excessiva por resultados, falta de reconhecimento e jornadas exaustivas estão entre os principais gatilhos. Além deles, o assédio teve reconhecimento por ser um dos causadores de problemas com segurança psicológica.
“Dentro da NR-1 é sugerido que existam canais de denúncia como a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio), que funciona com um um grupo de colaboradores, eleitos e indicados, que trabalham em conjunto para identificar e solucionar problemas de segurança e saúde no trabalho, criando um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. A partir do momento que é criado um canal de denúncia institucionalizado, com treinamentos e protocolos, fica mais fácil oferecer proteção e a promoção de um ambiente com saúde mental”, aconselhou o especialista.
As empresas enfrentam problemas sem o uso dessas técnicas como o absenteísmo, que com o tempo se torna uma “bola de neve”. Quanto maior o tempo um colaborador fica afastado, é possível que a sua área dentro da empresa enfrente desafios como o acúmulo de tarefas e funções para outros funcionários, entre outros, que pode culminar no agravamento da saúde de quem fica com essa sobrecarga.
“É por isso que a NR1 é tão importante. Além da prevenção, ela funciona como uma ferramenta capaz de precaver organizações e escolas com impactos operacionais e financeiros, principalmente os gerados por afastamentos”, completou.